Deusa do rio
Sento na pedra que mora na beira do rio
A maresia acaricia meus pés feridos
Ponho-me a escrever poesia nas águas
Minhas não rimas caminham
pela praia sem rumo e sem destino.
As pedras me tomam pela mão
e vagueiam comigo sem direção.
Meu canto trás as sereias
que murmuram a canção do mar
Descalça na areia saio catando conchas,
oferendas para Iemanjá,
que solidária com a minha dor
devolve o meu amor
mas este já virou ondas.
Então, me faço barco com vela
e do alto de meu navegar
Vejo as algas a namorar
Magia que me faz criar asas.
Deixo o casulo
Assovio uma canção
E faço-me eternidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário