Quase Natal

Desembrulhei os meus sonhos,

enfeitei minhas arvores,

limpei meus quintais

e presenteei o mundo com

sementes do conviver.

Meus sonhos escondidos

estavam enferrujando,

minhas arvores, secando naquela

pagina do meu velho livro.

Meus quintais, quase tombados

pelas cercas do masculino de ferro.

Colhi sagradas sementes

e desde então, semear se faz

o meu mar, ondas

e pequeninos grãos de areia. 

A flor que brota das aguas enche a alma de ternura, de doçura e leveza celeste. E a flor que brota das águas se planta no meu coração... A flor que nasce das águas floresce todo o universo. 
 

 

Estrela guia

Nada está perdido

Nem o tesouro,

nem o choro coletivo,

nem o tesouro escondido,

nem o sonho vivido entre

rosas e estrelas.

Nada está perdido

Eu colho trigo entre luas e amanheceres

Eu planto amor no meu coração.

A esperança é um cristal,

um portal sagrado,

semeado nos jardins de carne

A esperança guia o meu caminhar.


Eu sou dos rios, dos igarapés... Sou amazônida, mas as vezes o mar me chama, então, eu me desfaço no horizonte, cato conchas, me jogo nas ondas e viro grão de areia...

Cristais

Meus cristais são de luz,

de leveza, mansidão, gratidão

e de amor.

Meus cristais atravessam o tempo,

orvalham as noites

serenadas de dezembro,

meus cristais são pintados utopias.

Meus cristais sangram,

choram, são encharcados

de esperança

e brotam nos canteiros 

de carne e de sonhos.



Gratidão à Vida! Gratidão ao tempo que me possibilita apreciar um entardecer como esse. Gratidão ao lindo horizonte que repousa no dorso do rio Araguari no município de Ferreira Gomes-Ap 

Leveza e luz

Entre as palhas que vagam

na correnteza da alma,

uma luz se espalha

no fundo do cálice(se) derramado

nos caminhos,

entre os fios da historia.

A esperança dançante é a agulha

que costura os rasgões

do momento vivido.

A magia da espera cantada

faz-me pensar na colcha costurada

por um passado não tão distante.

Bem ali, na curva do horizonte

tem sangue dos meus ancestrais,

tem quintais com carretéis, sonhos 

e gosto  de manga.

 

O entardecer abençoando a baia do Guajará, em frente a cidade de Belém. renovando minha esperança nos amanheceres de festa, cor e amor. 
Meu carinho à você que visita este blog!
 

 Entre sonhos e rios

Meu barco continua ali,

ancorado aos pés das montanhas

Ali onde o brilho do sol brinca com a brisa.

Onde a sombra do entardecer

reflete a profundeza das águas

e dos corais que habitam nos meus

mais belos sonhos.

Meu barco ancorou no porto solidão,

entre um doce luar

e o zoar das asas

das borboletas em voo.

Meu barco molha minha alma,

molha as montanhas em flor

Meu barco espera para navegar

num sonho coletivo,

num sonho de amor...


Que as flores da primavera nos encha de delicadezas, amor e fé na vida! Namastê!



 

Bênçãos de primavera

Que nos abençoe...

Os ventos do mês de setembro

A ternura da primavera em flor

O frescor das manhãs orvalhadas

E o Deus que é Amor.

Que nos abrace...

A voz amiga mesmo que distante

A esperança colhida das ações que

saem do coração

A inocência feliz de nossas crianças

E o acordar da amorosa consciência humana

Que nos faça sonhar...

A crença de que o mundo pode

ser casa de todas e todos

A candura na derrubada dos muros

A certeza que somos fios nesta imensa teia da vida

E a alegria em continuar a semear,

a paz e os afetos.


Na imensidão do "meu" riomar eu me faço gratidão! Gratidão à Vida, à saúde, à beleza e a paz. Eu sou amazônida, das margens do rio Amazonas...

 

Um sonho que balança o cais

Quem se arrisca a perguntar... 

O paradeiro daquele sonho

que seguiu a revoada das andorinhas

e o mergulho das gaivotas?

Onde está o cardume de peixes presente na piracema?

O redemoinho dos rios?

Para onde vão as correntes do mar?

Será que se encantou na canção a cantar,

na beira do velho cais?

Onde está o meu sonho?

Se escondeu no puído do velho blusão?

Num cantinho morno do meu coração 

que se faz além dos vendavais, 

das velas dos possíveis destinos

e da beleza de amar navegar? 

O meu sonho está aqui, dentro de mim,

dentro de ti, no barco que se solta do cais...


Eu e o mapinguari do Bosque Rodrigues Alves, em Belém do Pará. Mapinguari é um ser lendário da floresta amazônica brasileira. Possui um olho na testa e a boca no umbigo... Aqui na foto ele me olhou com ternura! feliz setembro para você que tem o sol de primavera no olhar e todas as flores, na alma.

Eu vi

Acordei cedo,

mas não vi o dia raiar

Preocupada em fazer,

esqueci de ver o dia amanhecer.

Acordei cedo,

deixei os lençóis esquecidos,

os travesseiros ainda aquecidos

pelo calor dos meus sonhos

e vim para o meu portal,

reverenciar o sol que

aparecia entre as folhagens

dos açaizais.

Acordei e vi a orquídea balançando

ao vento morno da manhã de agosto

Vi Deus caminhando pelo meu quintal. 

Amo as belezas pintadas por mãos de mãe, mãe natureza! Tenha uma abençoada noite! E repousemos na Paz!


 

Que assim seja

Que seja de luz

este tempo vivido

Que seja de flores os outonos previstos

Que seja de paz a noite abortada

Que seja de amor o mundo buscado.

Que o tempo da delicadeza

fique também em mim,

em ti, nos jardins, nos quintais.

Que a arrogância deslize pela vala,

que a fala das Marias se espalhem

e que os ouvidos que,

não amam os gritos,

os alaridos e as infâmias,

comecem a escutar o Chico,

o Zeca Baleiro e Zelia Duncan...

Que em tempo de ira e desencanto,

brote uma flor, a flor do jardim,

a flor do Amor.


A senhora beldade do parque do Utinga, em Belém do Pará. Uma Samaúma, árvore da Amazônia, tida como sagrada para os povos Maia. É linda! enche os olhos de gratidão a Mãe Natureza e enche minha alma de leveza e Amor.
 

Um brinde

Eu brindo o dia de céu estrelado,

prateado pela lua infinita

Eu brindo a noite de sol escaldante,

sem nuvem, sem chuva,

sem lua e sem rua.

Eu brindo o entardecer que

carece do amanhecer

para colher o orvalho.

Eu brindo aos que semeiam a paz

Aos que trazem no peito

um gesto de ternura e afeto.

Brindo ao amor

Brindo com as pessoas que

trazem no olhar todo o mar,

o carinho e o saber cuidar

Amo amar...


Gratidão a Mãe Natureza por imensa maravilha!! Gratidão a você que continua me fazendo companhia... Saúde e bênçãos infinitas para você!

 

Linhas e fios

Acima de um tapete de branco

voava uma andorinha misteriosa

Voava, voava...

Ora silenciosa, ora agitada,

mas num certo momento

precisou rasgar o tapete

e achar o ninho que deixou em algum lugar.

Rasgado o tapete,

linhas brancas se enroscavam

em fios azuis e a andorinha

tomou em suas  asas o seu carretel,

brindou o tempo

com seu cálice de sonhos

e jogou rosas sobre os rios da vida.

Doce andorinha e seu andorinhar...


Quando tudo fica triste converso com as flores, lhes confesso minhas dores e elas dançam, mesmo que a brisa seja leve e morna. Elas me falam da vida, da alegria e da esperança. É nesse silêncio que nossas vozes se falam. 

Gratidão a você  que lê esse jardim de flores e de palavras!

 

Entre pedras e corais

Minha alma ancorou

num lugar perdido,

em algum tempo de sol e sombras.

Quando arrastada por fortes tempestades,

não me debati,

deixei que a correnteza me levasse,

ora docemente pelo horizonte azul,

ora flutuando entre pedras e corais.

A travessia demorou um pouco,

mas cheguei na outra margem

Mesmo sendo essa margem,

infinitamente solitária,

infinitamente luz.

No meu olhar, há um barquinho

e um simples navegar

As fortes ondas me transformaram

em livre andorinha em voo.


Boa noite! Que o seu final de semana seja repleto de bênçãos! bênçãos de paz, de saúde, de alegria e de gratidão.  Se no meio da solidão causada pela pandemia você se sentir triste, vem aqui comigo, vivenciar a solidão poética da vida.
Beijos no seu coração!

vivendo

Nesse tempo de angustia e dor

Vivo na terra,

no cosmo e no mar.

Faço do varal um trapézio,

da dor uma tiara de estrelas,

das lagrimas, gotas de chuva,

da distância,

infinitos aconchegos.

Nesse tempo de angústia e medo

Vivo a gratidão,

faço do medo uma oração,

da angustia,

explosão de botões de margaridas.

Transformo o tempo de angustia

e medo, 

em jardins de botões de rosas.

Nunca deixo de viajar, viajo no rio, viajo no terra, viajo no ar, mesmo sem sair do lugar, viajo nos sonhos, sou uma aprendiz na arte de sonhar, de amar...

vem comigo recriar a viagem?  
 

 Súplica

Te abraço de longe,

no pensamento cheio de emoção,

na oração que chega ao teu coração

como se súplica fosse.

Te abraço na saudade

que aperta o peito,

te abraço na solidão da tarde

que de tão tristonha parece bonita,

infinita, eterna...

Em tudo há um silêncio que grita,

uma agonia que agita os sonhos,

mas que faz nascer a esperança

na andança dos caminhantes.

Te abraço com amor,

deixo nas tuas mãos uma flor

e a incerta certeza

que tudo vai passar.

de um novo tempo.


 O céu desceu na terra, brincou na lama do rio Amazonas. O céu desenhou poesia na praia da minha existência... Beleza cósmica...

 

O nascer de um poema

Sabe, quando o entardecer invade

os pensamentos

e traz os sentimentos

as bordas dos olhos?

Pois é, hoje está sendo assim,

os últimos raios de sol

se bordaram nos meus cabelos,

tingiram de esperança

o meu baú de sonhos.

O rio vem, o rio vai...

O barco ancorado se faz canção,

arrepia a pele e enche

de lindas memorias,

o coração.

Já posso retornar meus passos,

esquecer os pés cansados

e escrever a ultima linha

de um suave poema.

Neste lugar não há tempo... Relógios? No fundo do rio. Calendários? Todos na copa dos buritizais... Aqui, a água canta, o peixe dança e as araras rodopiam em festa. Aqui, só eu, Deus, o encanto e a doce solidão.
 

 

E vou ver o mar

Da janela do meu castelo

colho uma estrela pra ti.

Os morros passam por mim

e beijam meus olhos molhados.

A estrada é arriscada,

tem curvas acentuadas,

tem gente enfileirada,

tem sino a tocar...

Do alto de minha solidão

vejo um barco a viajar,

uma casinha a brilhar

do outro lado do horizonte.

Eu quis descer

para me molhar no mar,

mas o medo me cegou,

o vento uivou e eu escutei

o choro da humanidade em dor.

O dia vai amanhecer,

eu vou descer e amar o mar...


À sombra dos açaizais  tem um rio que corre, que rega as ribanceiras, que lava, que leva o seu povo pra lá e pra cá... À sombra dos açaizais tem ninho de passarinhos...

 

Mesmo de longe

Lagrimas, lagrimas...

Choro não contido,

dor se derramando ao meu redor,

sofrimento duradouro...

Me dê sua mão,

deixa eu aquecê-la entre as minhas

Mesmo de longe,

sinta o meu carinhoso abraço.

As traças corroem a desesperança,

 e a dança vai voltar

a tocar os seus pés

Viver tem esses desafios.

Outro tempo vai surgir

As lagrimas de hoje

vão molhar os jardins,

a dor vai fazer nascer a flor

que precisamos para sermos felizes,

o choro de ontem vai voltar a sorrir.

Eu coloco os meus jardins

dentro de ti e juntos, juntas,

havemos de florescer...

Uma flor para você que está em casa se protegendo e cuidando das pessoas que ama. Quando tudo isso passar, vai passar, vamos dançar ciranda ao luar...
 

Um punhado de esperança

Dos olhos do horizonte

chuviscavam estrelas e mar

Meu olhar avistou de longe

esse doce encontro,

contado com palavras e poesia....

O olhar fez curva e lá no finzinho,

quase alcançando o infinito,

ele partiu-se ao meio.

O horizonte banhou-se

no azul do mar,

catou as espumas

trazidas pelas ondas e caminhou

sobre a areia branca da praia.

Desfez a curva e voltou,

trouxe em sus mãos,

um punhado de saudades...

Minha alma busca o silencio! Meu sorriso se alimenta da beleza da natureza! Meus sonhos pousam no verde, nas flores, nas águas... Gratidão a você  que comigo partilha este sagrado Universo! Namastê!!
 

A magia da fotografia

Sobre o brilho de uma lua pálida,

descansa a fadiga diária

do homem ribeirinho.

A proa do barco corta as aguas,

os sonhos, o sono e o tempo

entre o navegar e o ancorar

em algum porto.

As aguas nem mansas

e nem bravias se espalham

entre o voo do pássaro,

o silêncio e a solidão.

Ao longe, desponta um horizonte

que se prepara para dormir,

entre o céu, as nuvens

e os galhos secos que contornam

as margens do grande rio.

A quilha do barco sente o ronco

do motor, faz caminho entre a maré

cheia, a travessia e o farol 

quase pagado


E olha que a rosa se abriu bem ali diante dos meus olhos... beijo carinhoso no seu coração!
 

A rosa que não se abriu

O soar do sino chegou aos meus ouvidos

quase inaudível,

mas o coração reconheceu o chamado.

O estalo de um raio se chocando na calçada,

viu com maestria que

a rosa continuou intacta.

Foi o estrondo do trovão que

fez o velho quadro cair ao chão

e a orquídea branca balançar

no galho tomado de saudades.

Meus olhos se perderam ao longo

da famosa avenida que,

sem usar mascara, escancara

o descaso pela vida.

A chuva fininha molha o irmão que

se agasalha entre a Ipiranga e a São João,

deixando molhar os seus sonhos

num mundo de falsa ilusão.

De tudo trouxe comigo,

a rosa que ainda não se abriu...