Outro amanhecer
Pingos, pingos, pingos...
Escuro como a noite,
noite sem sonhos, sem sono,
sem travesseiros.
Lençóis molhados,
telhados quebrados,
utopias levadas pelo ralo.
Pássaros voantes pousados,
filas imensas de trôpegos passos
Inercia... Nuvens pesadas,
tempo sem cor.
Faço um facho e no labirinto tenebroso,
nasce a luz, a cruz não está mais pesada
Nasce um girassol na calçada.
Corpos se abraçam
e mãos entrelaçadas abrem caminhos
entre a palidez do tempo
e a aurora de um outro amanhecer.

No meu jardim é assim: Tem helicônias, flores de todas as cores e sonhos pendurados como se fossem cachos de amor e de cuidado...
Com o carinho de sempre!

No meu jardim
Falta rosas nos jardins,
falta jardins no mundo
e o mundo precisa de rosas para
respirar um tempo de paz.
Falta jardineiras,
mãos singelas para semear,
sementes de gratidão,
de amor e de compaixão
nesse tempo de frio inverno.
Falta a primavera florir,
o povo gostar de sorrir
e reaprender a sonhar.
No meu jardim,
flores estão desabrochando...

Que lindo e encantador é o mar...
Mas para nele navegar é preciso ter ousadia...

Vou ver o mar
Me leva para ver o mar,
para ver as ondas se quebrarem na praia,
e a areia rolar entre meus dedos...
Me leva para ver o mar,
quero nele navegar
enquanto não tenho porto
Enquanto a brisa leve pode
encher os meus olhos de infinitos.
Me leva para ver o mar,
eu quero enamorar-me das estrelas
que trançaram os meus cabelos
enfeitados de pétalas.
Deixo marcas sagradas
dos meus passos,
para que as gaivotas não se esqueçam
dos ninhos criados nos meus sonhos.
       Me leva...

Eu te ofereço flores! Onde quer que você esteja, sinta o perfume, aprecie os sabores, acolha a vida que é bonita, bonita e bonita....

Coração de pedras e cristais
Cadê o horizonte do meu pais?
Está bem aqui, na palidez de um tempo
que se esconde nas incertezas do instante
e na fragilidade dos sonhos.
Em todos os pássaros expulsos
de seu habitat
e que precisam de frutos para se alimentar
e de arvores para criar seus ninhos.
Na brisa que faz carinho
nos cabelos das meninas que ignoram
a palavra fraquejar.
Está aqui nas diferentes escolhas afetivas,
nas diferentes cores de peles,
nas pétalas beijadas pelo vento
no alento da ternura que estende a mão
e na doçura da multidão
com coração de pedras e cristais.

Olá, gente linda! Desejo uma feliz semana a você que passeia por este blog.
Como aprendiz da vida, estou aprendendo a olhar... Olhar a vida, na sua bela simplicidade. E para mim é uma alegria  compartilhar com você esta linda casa, nosso planeta e todo o sagrado que nele habita.

Um simples Olhar
Terra e céu numa só sinfonia
Imagem e sombra se complementam,
na jornada de diferentes cotidianos.
Tempo e espeço interligados,
imensidão infinita,
plantação de girassóis...
Verso e reverso de tantas histórias,
de coloridos retalhos que se tecem
na inteireza do sagrado.
Nuvens e ventos na corrida misteriosa,
majestosa e utópicas
de se buscar razões para viver.
Areia e espumas encantam, cantam,
harmonizam e se transformam
em poesias cristalinas.
Passos na areia, horizontes
e sonhos derramados
nos cansaços  da vida.

As janelas são portais! Através delas os olhares se perdem num esquecimento... Só os horizontes penetram na alma dos olhantes. Neste dia os meus olhos se perderam neste amanhecer...

Brando sol
Num chão salpicado de pedras,
brota um sol brando,
quase escondido entre o vento
e as nuvens dos sonhos.
Nas ruas sem pedras e sem sonhos,
nasce em suas margens
uma  plantinha vagabunda,
onde pousa uma borboleta.
Num chão salpicado de pedras,
o chão se move
e as pedras forjam outros caminhos.
É gostoso caminhar,
é gostoso se arriscar
e seguir a revoada de borboletas.
Num chão salpicado de pedras
ergo a minha morada...

"Viver é afinar o instrumento, de dentro pra fora, de fora pra dentro"
As vezes as belezas estão do lado de dentro, as vezes estão do lado de fora...

Tombos e sonhos
No tombo dos sonhos,
as energias que regem o universo,
Esticam os braços e acolhem,
o pólen, a utopia e a agonia da jornada.
E entre tintas, cores, anjos de luz
e simetria da natureza, o medo
e a dureza da estrada se recolhem.
O amor voa, entoa cantos angelicais
 e cobre com sua sinfonia,
 esta Gaia amada,
 cantada em canções e versos.
 No tombo dos sonhos,
 os vitais choram, mas as rosas
 brotam nos jardins da vida.

A noite descansa o olhar. As pedras encantam a alma e a simplicidade é a marca que eu deixo pelos caminhos.
Um carinhoso abraço à você que cuida deste ninho de palavras-carne, sempre que fico longe.
Paz e bem!
Difícil travessia
A margem parece longe,
como o morro que avisto através  dos vitrais da janela
O dia amanheceu com medo,
sente frio
O nublado penetra olhos, mentes e corações...
Mas o dia não pode permanecer triste
Avisto um pedacinho do horizonte
e logo me ponho a bordar.
Meu novelo de lindas linhas busca minhas mãos,
os carreteis já não fogem amedrontados
E agora,  quase no entardecer, a colcha de retalhos, 
retalhos de fé, de esperança e de novos sonhos
começa a despontar entre os meus dedos, que,
por algum tempo permaneceram adormecidos e inertes.
Continuo tecendo...