Deusa do rio - Deusa

Deusa do rio
Sento na pedra
que mora na beira do rio
A maresia acaricia meus pés feridos
Ponho-me a escrever poesia nas águas
Minhas não rimas caminham
pela praia e se juntam as outras águas.
As pedras me tomam pela mão
e vagueiam comigo
sem direção.
Meu canto trás as sereias
que murmuram a canção do mar.
Saio catando conchas
oferendas para Iemanjá.
Que solidária com a minha dor
devolve o meu amor
mas este já virou ondas.
Então, me faço barco com vela
e do alto de meu navegar.
Vejo as algas fazendo amor com a poesia
Magia que me faz criar asas
Deixo o casulo
Assovio uma canção
E faço-me eternidade.

Eu-folhas secas - Deusa

Eu folhas secas
As folhas caem
Amontoam-se embaixo da árvore
A árvore da minha vida.
Não há sol
Tudo está nublado
Sentada num velho balanço
Olho a estrada solitária
Coberta de folhas
Um rouxinol canta
Uma pequena borboleta
Pousa em minhas mãos
E logo vêm as recordações
De um tempo que não fiz acontecer
Da estrada que não tive coragem de seguir
E das malas esquecidas no banco
Tomadas de folhas e de saudades!
Continuo a balançar
Sem mesmo notar
Uma folha o vento trás e faz cair no meu colo
Caio do balanço
Sorrio
E viro terra!

Cuida de mim - Deusa

Cuida de mim
Abraça-me forte
Prende-me em teus braços
Não deixa mais eu escapulir
Deixa-me ficar assim
Até a dor sumir
Mas não me abraça só na dor
Preciso de amor
Para ser feliz
Lembra da estrela que eu colhi pra ti?
Num tempo difícil
Sem direção
Era uma tarde de domingo
De algum verão
Mas o inverno habitava em mim
E eu tive que partir
Hoje o sol volta a brilhar
No calor do teu corpo protetor
Enlaças meu corpo-alma
Ensina-me a sorrir
Sem poder fugir
Escolho ser feliz!

FORUM SOCIAL MUNDIAL

PELES E PÉTALAS

Peles e pétalas... Sou-estou peles e pétalas, odores e perfumes, vem comigo, prometo ser doce e terna. Oferto-te o luar, um buquê de orquídeas no galho de uma árvore e uma concha onde guardaremos nossos segredos. Caminhando daremos muitas gargalhadas, mesmo que rindo nossos passos estejam se encharcando de lágrimas...
Deusa Ilário

CUIAS DE OFERENDAS

Cuias de oferendas
A espiritualidade como fonte de generosidade que me faz cativar as belezas do simples, no cheiro das peles e em feixe de pétalas;
Aos pássaros que cantam e que tecem seus ninhos nas árvores do quintal de casa, enchendo de suavidade os meus dias e meu acordar;
Às plantinhas "vagabundas" que embelezam as ruas e estradas. Regadas pelas mãos do Divino e quase sempre ignoradas pelo olhar humano;
Aos homens-mulheres generosos que encantam pelo/com o olhar. Aos andantes de caminhos sem caminho e que consagram o corpo prenhe de luz e de ternura; que cuidam das vidas sendo faróis iluminantes de esperança; que com canção e poesia geram outra vidas na singeleza do ser e com amor sem fim;
À chuva que desperta o cio da terra, aconchega corpos, fecunda folhas e raizes. Às pedras que calam, sofrem e sonham. À água, fonte da vida, mãe de todos os orvalhos. Ao vento que carrega o amor e em suas asas fecunda a vastidão do espaço com cheiro de uma flor do campo; e a brisa do amazonas que me enche de carícias e de inspiração;
Às noites escuras que provocam meus medos e encantos e me trazem saudades da luz e do calor das noites claras de lua cheia, cujos mistérios só as estrelas estão a desvendar. Às folhas secas que sinalizam meu leito de vida-morte. Às orquídeas e as bromélias que me fazem olhar que o rude-singelo exala delicadas belezas;
Aos grãos de areia que gerei com amor, deitei em conchas e soltei no mar, as ondas que me fizeram espumas, as outras espumas que comigo se reconhecem água. Grãos de areia, ondas e espumas que possuem pele, carne, sangue e sonhos, que guardo em favos e que também exponho ao vento, cujos corpos estou a cheirar, provar, tocar, escutar e amar.
Deusa Ilário

POLUIÇÃO SONORA

Poluição sonora
A poluição sonora é um dos maiores problemas que enfrentamos no centro urbano de Belém. Segundo o Núcleo de Pesquisa de Qualidade de Vida e Meio ambiente da UNAMA a avenida Nazaré é a rua mais afetada pelos ruídos de trânsito, que levam em consideração barulho dos escapamentos, buzinas, freadas e motores desregulados. Nessa avenida os índices de ruídos ficaram acima de 70 decibéis. Em um bairro residencial, segundo a Organização Mundial de Saúde(OMS), o índice máximo de ruído aceitável é de 55 decibéis (dB), durante o dia, e de 45 decibéis, à noite. A exposição prolongada a ruídos excessivos pode trazer além da perda da audição, problemas de saúde graves, tais como insônia, distúrbios cardiovasculares, irritabilidade, perdas de concentração e stress.
Esse problema não é exclusivo do transito de Belém, ele também é evidenciado nas salas de aula onde os índices podem alcançar mais de 90 decibéis. Índice acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde para uma sala de aula que varia de 35 a 45 decibéis(....)
Para contrapor a poluição sonora vamos lembrar de algumas músicas que fazem referência a nossa querida Belém do Pará e que foram escritas por grandes ícones Da comunidade paraense. Observem parte das letras dessas músicas que fazem muito bem aos nossos ouvidos e a nossa alma.


Bom Dia Belém
Composição: Edyr Proença/Adalcinda Camarão(...)
Onde anda meu povo, meu rio, meu peixe
Meu sol, minha rêde, meu tamba-tajá
A sesta o sossego da tarde descalça
O sono suado do amor que se dá
E o orvalho invisível na flôr se embrulhando
Com medo das asas do galo cantando
Um novo dia vai anunciando
Cantando e varando silêncios de lar...
Belém minha terra, minha casa, meu chão
Meu sol de janeiro a janeiro a suarMe beija, me abraça que quero matar
A doída saudade que quer me acabar
Sem círio da virgem, sem cheiro cheiroso
Sem a "chuva das duas " que não pode faltar
Cochilo saudades na noite abanando
Teu leque de estrelas, Belém do Pará!


Flor do grão Pará
Composição: Chico Sena
Rosa flor vem plantar mangueira
E o cheira_cheira do tacacá
Meu amor ata a baladeira
E balança a beira do rio mar
Belém, Belém acordou a feira
Que é bem na beira do Guajará
Belém, Belém, menina morena
Vem ver-o-peso do meu cantar
Belém, Belém és minha bandeira
És a flor que cheira do Grão Pará...















Meu Canto de Amor Por Belém
Composição: Edyr Proença
Bom dia, Belém,
da tristeza do meu pranto,
da alegria do meu canto,
quando o sol vem te acordar.
Bom dia, Belém,
Ver-o-Peso fervilhante,
atraindo o visitante
que vem de outro lugar.
Boa tarde, Belém,
que na sesta se agasalha,
rede é doce mortalha
pra dormir e pra sonhar...

Prof. Sanches