Pensar um mundo bonito para as gerações que estão chegando é o que me faz escrever poesia, é a minha alegria de ser avó.
Semeio amor, cuido dos jardins, cultivo flores e olho com ternura os amores que vivem em mim... 

Rebelde libélula
Estou no deserto...
A sequidão se apossa de minhas mãos
e de meu coração,
mas minha alma é uma rebelde libélula.
A travessia está difícil,
mas a jornada do impossível,
acontece em meio a primavera.
Não removo pedras,
removê-las cansa, machuca, sangra,
decido contorna-las
e desde então, vivo a comunhão
com os povos que recriam sua história.
Estou num deserto,
mas rosas e jardins são partos possíveis...

As vezes olho para o chão e vejo lixo espalhado por todos os lados...
Mas quando levanto os olhos, olha o que vejo: flores descendo pelo telhado, céu estrelado, lua cheia irradiando o rio que amo e ainda sinto a espiritualidade abençoando...

        Gotas de vida
E corre pela terra
o brilho da esperança,
do canto, da dança, das andanças
Tantos faróis, lampiões
e lamparinas vão se acendendo
nas encruzilhadas,
na medida que seres de luz passam.
Eu não temo a palidez do tempo,
eu não temo o diálogo e as diferentes falas
Eu temo os olhares que não trazem
a essência da cálida ternura
Esses me dão calafrios.
E corre pelo chão a semente da comunhão
e um mutirão de anjos da paz.