A magia de sonhar
Sonhar pode não saciar a fome de pão,
Mas, alimenta a alma e faz coçar o coração
Sonhar é criar, é reinventar, é não se 
acomodar a tudo
que parece dado, pronto e acabado
 Sonhar é colocar fé no olhar.
 Eu sonho escrever um lindo poema...
Olho para o infinito e lá já vejo escrito
aquilo que desejei escrever
Se quero emocionar ao pintar uma obra de arte,
 lá no horizonte já vejo Monet colocando
em minhas mãos, o seu coração 
e seus pincéis encantados.
Sonhar não me deixa morrer, 
me faz sorrir em cada amanhecer
e reconhecer que o cantar do sabiá 
me leva aonde quero ir.
Pra onde quero ir?
Para esse horizonte sem fim...
Sonhos de mururé
O sol rasga delicadamente
os segredos do dia ao meio,
sem nenhuma maresia,
o rio se abre em caminho sem destino definido,
perdido entre raios de brilho
e sonhos de mururés.
 O sol aquece,
brinca com os anjos querubins
e botos tucuxis,
abre-se na flor do buriti
que tombado está sobre as moitas de aturiás
que aparece na dobra do Amazonas. 
Minha linda Macapá
Doce caboca molhada de rio
Canoa pintada, velas, ventos, remadas,
lama amarela, redes, jangadas,
pés de bacaba, sereia assanhada nascida
das águas, filha de tupã.
Macapá, senhora das matas,
das madrugadas enluaradas, das pororocas desvairadas,
das ribanceiras quebradas pelos fortes vendavais.
Macapá minha amada,
enfeitada de buritis, açucenas e açaís
Macapá menina, meu doce amor.
O que trago de ti na alma?
Cheiro de terra molhada, de mata fechada, pingos de água,
histórias da cobra Sofia,
ventanias, cheiro de peixes, travessias
e imensa vastidão do velho rio-mar.