Ousadia das flores
Os girassóis mudam de vasos
As rosas vermelhas preferem a soleira da porta encantada
As trepadeiras se espalham pelas cercas
que por tanta beleza tombam em direção ao sol.
O meu jardim mudou de rua
Criou uma estrada pra lua e de lá semeou jasmins
Nas noites estreladas uma escada de flores
é lançada até tocar aquela outra estrada
que fizemos no verão passado,
quando as orquídeas orvalhadas e as hortências serenadas
juraram eterno amor.
Outro dia vi as plantas andando
procurando nos quintais um lugar para viver,
florescer, encher a terra de paz.



Infinitas coisas
Cadê você?
Que depois de tantos sonhos,
promessas inversas, namoro e canções,
some na vastidão sem vão
desse tempo que habita entre a terra e as estrelas.
Sem nenhum fetiche, sem nenhum beijo
e com todos os desejos de contigo escrever
um poema que fosse tão belo
como as asas de uma borboleta.
Cadê você?
Que sem nenhum porque rasgaste a poesia
que é pura sinfonia do amor  
e da alegria que há entre nós dois.
Nós dois: terra e estrelas a trans-andar
nessa órbita infinita de imensa luz!