Um lírio pra você...
Entre folhas secas, os lírios que ontem eram botões, agora se abrem em flor. Meu coração se enche de amor e de ternura.

Botões se abrindo
O céu está azul
com algumas pinceladas
de branco e cinza
Os pássaros passam voando,
já procurando abrigo.
As arvores balançam lentamente,
como a vela de um barco
em tarde sem brisa.
Na rua, apenas algumas pessoas passam,
pois é tarde de domingo
Meu coração voa em pensamento,
buscando os rostos queridos
que estão distantes.
Saudades borda minha alma...
Saudades do tempo que já corre
com o vento para outras margens
Mas os lírios se abrem
e a saudade se torna amena.

Trono de Fátima, em Petrópolis, numa tarde de chuva e muita cerração. Mas aos pés da fé a alma transborda... 

Cálice de rosas
Que a fé que tenho no universo,
faça eu colorir minha estrada
por onde a vida passa docemente
Que a fé que tenho no universo,
seja o reverso da palidez
dos meus tristes poemas, que
seja a doce palavra a alimentar a alma
e a fazer a solidão ser bela.
Que a minha estupidez seja branda
como a chuva da madrugada
que me agasalha entre
os lençóis e os sonhos.
Que a fé na vida me seja uma bebida
sorvida em cálice de rosas...

Todos os sorrisos, todas as flores, todos os amores, num tempo de bonança e amor. Gratidão à Vida que é bonita, bonita e bonita... Gratidão a você que partilha comigo esse tempo e a  poesia...

Uma rosa
Meu olhar se perde
nos pingos d’agua que caem lentamente
Paraliso o pensamento
e o sentimento apaga a mágoa
que descansava no peito.
As dores do mundo as vezes
batem fundo na alma,
mas calma fico quando
avisto o horizonte.
A flor do deserto tem ficado triste,
imensa solidão se vê na seca,
na cerca e nos piquetes
da separação.
Uma rosa brota na areia quente...
Volto a pensar...
E o sonho acorda os meus olhos.

As flores e o horizonte moram dentro de mim... Me chamam para a vida que flui como se uma ciranda fosse.

Uma flor e o horizonte
Olhei o céu...
Uma estrela se desprendeu
e caiu bem pertinho dos meus pés,
se entranhou na minha pele,
se agasalhou nos meus cabelos
e ternurou o meu olhar.
Olhei o mar...
Ele sumiu dentro dos meus olhos
Vi as conchas
colhendo pétalas de vida,
pétalas de além horizonte,
pétalas de um outro sonhas.
Olhei o horizonte
e bem defronte estava você,
feito de conchas e estrelas.

Sob o sol dos sonhos, sobre a brisa do mar...
Admirando as conchas que reaprendem a falar...

Reinventar asas
Rever a volta...
As fontes estão secando
As vozes falhando
e o coração sangrando
por um imenso amor.
Reviverá...
Não ouço imbecilidades,
costuro verdades,
o sol brilhará de novo num coro
do povo que não pode calar.
Reaprender a ousar...
Sonhar o como será
Gestar o sonho sonhado,
cuidar do broto,
dar rosto  ao toque afetuoso,
acender a chama,
tirar das entranhas asas para voar
Reinventar o inventado...