Um dia eu sonhei ser uma montanha, MontanhAmor... Desde então meus olhos ficaram perdidos em algum ponto distante. O tempo passa eles continuam fora do meu alcance. Quando deles sinto falta, viro gaivotas...

Montanha e flor
E aquela imponente maravilha
se apresenta diante de mim
Logo a imaginação cria asas...
O que será que tem além?
Um jardim de girassóis?
Tulipas vermelhas?
Um lago com vitorias regias?
Uma cascata com bromélias penduradas?
Talvez um caminho feito de curvas
e um casebre abandonado.
Um ninho cheio de estrelas
e um velho jarro de barro
onde guardo os meus sonhos
Que lindas são as montanhas...

Na falta do meu vestido de flor, tenho um céu azul, o rio Amazonas e os barquinhos nos quais viajo os meus sonhos... (foto de Luciano Rodrigues)

De vento e de sonhos
Traz de volta os meus versos,
meu vestido de flor,
meu jardim aquecido de luas
e de amor.
Traz de volta os meus poemas,
meus caminhos de retas curvas,
o belo absurdo  da solidão.
Te devolvo pétalas de orvalho,
embaralho o teu destino
e as cortinas do teu olhar se abrirão
para um além de estrelas.
Te devolvo o livro pautado de tempo
que ontem foi o nosso templo  pintado
de vento e de sonhos.

Tenho um rio que banha os meus sonhos. Uma janela aberta para o horizonte e a poesia que detém o rio e alastra o meu olhar sobre  lua  e a mata habitada por seres encantados... 

Jardim de rosas
Eu vi no remanso da correnteza
o som do silêncio,
o cair da noite com  os gritos
dos maracanãs em voo.
Vi os gravetos correndo com a vazante,
neles havia sinais de mãos
de crianças travessas
e quando a preamar se acomodou
no leito do rio,
o redemoinho colheu suas pérolas
e canções, desde então,
o cálice transbordou
e o jardim de rosas floriu.