Vim aqui colher as folhas voantes no outono da saudade...
Feliz sábado para você que colhe esperança e bem querer.

Veja o outono
Vi uma folha de outono dançando ao vento
Vi uma gota de suor do verão,
tão tombado de solidão que
me lembrei de outros verões
marcados de saudades.
Vi um broto de primavera
ainda enfeitando a janela entre
trovões e relâmpagos.
Mas são os invernos que me aquecem,
que não esquecem de aquecer
os meus travesseiros
bordados de chuva morna.

Bom dia amigos de perto e de longe...
Em meio ao meu jardim nasceu um pé de milho!!
Que alegria!! Que beleza infinita...

Sagrado altar
Meu corpo...
É um altar sagrado da vida,
assim como a terra é o jardim
sagrado das flores
e as flores, a seiva sagrada
dos pássaros em voo.
Tudo em mim é sagrado
Belo e salgado é o mar,
de doce cachoeiras que descem
pelas ladeiras sagradas da Gaia em flor
Corpos consagram a esperança,
almas e danças dos milharais em cor.
Sagrado é o amor...
Meu corpo que deu vida
a outras vidas queridas,
cândidas e aguerridas em meio aos milharais.
É sagrado celebrar o jeito de sonhar
de quem sonha recriar o mundo.

Quando eu me sinto céu! Quando sinto o céu em mi!É mesmo assim... Ao pé do açaizal!
Bom dia, amigos de perto e de longe!
Carinhos no seu coração!
Brincando com a criança que habita em mim...
Bom dia, gente linda!!!

Desertos e girassóis
Ao encantar do mucajá
refiz meu mundo
Reolhei o seu balançar,
redesenhei suas folhas que
sempre estão a balançar,
recriei meus sonhos,
reembelei o meu olhar. 
O meu inocente sonhar cresceu
como a palmeira mucajá
e se pôs a caminhar entre multidões,
girassóis e desertos.
À brisa do mucajá me pus a bordar
outros mundos, a costurar os tempos,
a pintar muros com a palavra saudade.

O meu carinho para você, mulher e homem que, tenha ternura na alma, delicadeza nas mãos, sonhos no caminhar e ousadia para recriar o mundo. Enfim, para você que cultiva uma criança dentro do peito... A flor é do meu jardim!

Respirando Amor 
Linda mulher eu sou, quando estendo as mãos à outras irmãs nesta difícil caminhada e travessias de desertos vazios e sem luz
Quando reconheço na outra mulher, o melhor de mim
Quando meu olhar foge pela janela e se junta ao olhar das Marias e das Pérolas e juntos seguem o horizonte
Quando costuro camisas, vestidos, suor e afetos
Quando bordo nas saias, doces rebeldias e jardins de girassóis
Quando pinto na colcha ferida, lindos destinos, vestidos de liberdades
Quando canto e o meu cantar faz outra mulher dançar as suas utopias
Quando danço e o meu dançar tem a ternura de afugentar as mazelas que ferem a vida
Quando sinto carinho em amar, em me entrelaçar às vidas que ainda trilham infelizes caminhos, cobertos de espinhos e dor
Abençoada sou quando ouso, contigo, ser luz, colo, abrigo e amor
Bem aventurada sou quando compartilho a dor que dói em mim e em ti e quando, na tessitura de nossos destinos, nos fazemos flor de mandacaru.

Sobre o mucajá o céu encanta com suas nuvens crianças sempre a brincar.
Aos pés do mucajá os frutos cheirosos resgatam a minha infância...
Uma semana maravilhosa para você que partilha comigo este espaço sagrado de palavras...

Aos pés do mucajá
À sombra do mucajá
o espaço canta
e a inocência me olha
com seus olhos de juruti.
A semente cai e espoca-se,
dela brota borboletas,
sabiás, girassóis e sonhos.
Olho pra rua e vejo
a juventude envelhecida,
carcomida pela desesperança.
Olho para o céu e vejo um avião
riscando o infinito
Como é bonito voar,
sair de um lugar, andar sobre as nuvens,
atravessar rios, florestas, mares,
chegar a algum lugar
e recomeçar, recosturar o que foi corroído
aos pés do mucajá...

O frescor da tarde se entrelaça com o desabrochar dos jardins! É a natureza dizendo pra mim de um amor sem fim que se escondeu assim, entre o céu infinitamente azul e um fio de nuvem que risca o horizonte...

Olhando da janela
E a chuva continua a cair...
Eu caminho por dentro do povo
partilhando rosas, poesias,
sorrisos, alegria
e o povo grita um novo poema.
Que noite longa e fria é esta
que tanto custa a passar?
Através dos vitrais
vejo o raiar de um novo dia.
Vejo os pequenos barcos à vela
atravessarem a tempestade,
aportarem do outro lado
e celebrarem a brisa morna
que acaricia o rosto dos velhos velejadores
e derrama essência cheirosa
nas mãos das artesãs
que bordam e costuram vidas.