De amores e de tempo

Hoje, o amanhecer amanheceu sozinho,

sem sol, sem nuvens,

sem réstia de noite,

sem cheiro de café.

Até os lençóis se rasgaram

por tanta solidão,

mas não é que de repente,

o hoje avistou um fiozinho

de lua, no horizonte!

Depois a lua apareceu, o sol surgiu

e um pássaro gigante, rasgou as nuvens

e o amanhecer viu o seu amor, descendo

numa folha que,

carinhosamente, caiu do céu.

São assim, os amanheceres,

como as folhas dos buritis,

como os amores perdidos no tempo...

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