A rosa que não se abriu

O soar do sino chegou aos meus ouvidos

quase inaudível,

mas o coração reconheceu o chamado.

O estalo de um raio se chocando na calçada,

viu com maestria que

a rosa continuou intacta.

Foi o estrondo do trovão que

fez o velho quadro cair ao chão

e a orquídea branca balançar

no galho tomado de saudades.

Meus olhos se perderam ao longo

da famosa avenida que,

sem usar mascara, escancara

o descaso pela vida.

A chuva fininha molha o irmão que

se agasalha entre a Ipiranga e a São João,

deixando molhar os seus sonhos

num mundo de falsa ilusão.

De tudo trouxe comigo,

a rosa que ainda não se abriu... 

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