Os vitrais que choram
E choveu a noite inteira...
 O telhado acordou resfriado, 
os vidros da janela estão embaçados,
 as nuvens estão orvalhadas e o meu amor feito
 de nada, quase vira uma quimera encarnada 
no tempo e no espaço.
 E choveu a noite inteira...
 O sono acordou com o cantar dos sapos,
o bem ti vi deixou cair o seu ninho cheio de ovos,
 no colo  da rosa menina que, se adiantou
e salvou os pequenos passarinhos,
antes que fossem devorados pelo jardim de carne.
 E choveu a noite inteira...
 As goteiras pararam de molhar o meu quarto,
 o espelho apagou as imagens deixadas pela saudade
 e os lençóis de flor secaram
os meus olhos molhados pela madrugada.
 Ainda chove, mas apenas os vitrais agora choram...

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