Na esquina do silêncio
Aqui
tudo é silêncio,
tudo
respira, tudo fala,
tudo
sonha
Na
correnteza do rio tudo dança,
leva e
traz harmonia e paz.
Estou
aqui cercada de brisa,
cercada
de um silêncio que canta
À
sombra dos açaizais
eu
refaço os meus laços
e a
ternura me abraça
E o
rio corre inexoravelmente,
contando
suas histórias,
encantando
memórias
e
coexistindo na inteireza da vida.
Eu amo
o silêncio...
O voo da
gaivota
Eu
vim...
Carreguei
no coração a imagem
do seu
lindo rostinho
Vim e
trouxe na alma
a
saudade da brisa do rio amado.
A
concha planetária me abraçou
e a
inteireza coloriu os meus olhos.
Agua
vida, céu mistério,
terra
fecunda, mãe amada
e a
gaivota circunda o vento.
Já de
longe vejo minha gente,
cansaço
e esperança,
angustia
e plenitude
Vejo Deus no arco íris encantado.
Viver
As
vezes o chão parece triste,
abandonado,
cheio de lixo,
mas
tem dias que
esse
chão está lindo,
coberto
de pétalas,
de
boniteza e encanto
e isso
alegra o meu coração.
Viver
também é assim,
tem
dias que parecem
noites
sem lua cheia,
mas a
espiritualidade luz faz
tudo
amanhecer e eu amanheço
junto
com o anoitecer,
mesmo
sem luar.
Viver
é correr riscos,
é
ousar despertar,
é crer
na energia cósmica,
na
sinfonia universal
Viver
é chorar cantando.
Então...
A natureza
e eu
Eu
ouvi a floresta cantar,
a
passarada celebrar o amanhecer
que
acordava bem cedinho,
antes
da lua branca desaparecer
no
pálido horizonte.
Eu
senti o vento frio
massagear
meu rosto,
mexer
com meus cabelos despenteados,
com o
meu corpo
que
ainda dormia entre os lençóis.
Eu vi
os pequeninos barcos
deslizarem
sobre as turvas
aguas
do rio Moju,
rio
sagrado, belo rio que
em
cada curva conta uma história,
memórias
de vidas
que vão, voltam e me enchem
de doces saudades