Velha estação

O tempo passou,

o trem quebrou e envelheceu

A estação corroeu,

o amarelo desbotou,

a estação entristeceu,

mas eu ainda lá

estou esperando por ti.

No inverno senti frio,

no verão choveu,

no outono deitei e as folhas

cobriram os meus sonhos

Mas foi na primavera

que cuidei do jardim que um dia

juntos plantamos.

Hoje revi a estação,

tudo está belo e sem cor,

mas foi o amor, vestido de solidão

que ali parou e no meu peito

fez brotar um poema... 

Infinitamente além, tem mãos e olhar sensível e gentil de Adriano Carneiro. Gratidão!!
 

Infinitamente além

As memórias são infinitas,

guardadas na pele e na alma,

são nuances, tons,

sabores, cheiros

e sonhos derramados pelas

estradas que acreditávamos

ser caminhos de liberdade.

Contudo, o tempo voou,

as estradas se multiplicaram,

porém, os sonhos

se dividiram na curva do destino.

Corpos adormecidos

seguiram cegos caminhos

e eu me perdi

e me achei em outros jardins.

Foi assim que dissemos adeus... 

A lua está demorando surgir. Fico aqui na espera... Doce espera! Gratidão a você  que também espera...
 

Esperando a lua

Embrulhada no silêncio,

coube a mim soltar os laços,

desamarrar um por um,

enquanto espero a lua surgir

e você chegar de dentro

do meu sonho.

Vem comigo

caminhar ao luar,

beber a madrugada,

se banhar no orvalho da vida

e sonhar de novo

aquele mesmo sonho.

Vem, eu ainda amo poesia,

flores, jardins e o silêncio...

Ah, o silêncio!

Eu ainda amo você! 


Esse é o grande rio Amazonas, meu berço, minha casa, morada de meus ancestrais. Entre brisas e tempestades, era nele que meu pai estendia os seus sonhos, sua valentia de viajante. Amoooo...

Meu Pai

Hoje o tempo amanheceu

embrulhado no silêncio.

O doce rio na sua languidez

faz o seu caminho diário,

manso e bravio em direção

a algum destino.

Alonguei o olhar

e fui em direção a saudade...

La estava o porto,

o trapiche feito de novas madeiras,

os barquinhos amarrados

em algum tronco,

mas ele não estava

na ribanceira.

Em algum lugar

ele continua remando,

pescando e assoviando

suas belas canções.

Ô saudades...