Ode
à vida
Ode ao silencio de tua voz
que canta aos meus ouvidos,
as cavalgadas estrepitas que anunciam
a tua chegada,
a tua chegada,
ao cheiro gostoso de teus cabelos que
perfumam
a boina que me deixaste como herança.
Ode ao sabor de tuas lembranças,
quando nas manhãs vespertinas descia a
ladeira
arrastando um saco bordado cheinho de
jornais,
de flores e de sangue.
Ode a vida bradada, ferida,
ungida de belezas e sonhos,
de ousadias, tesão e compaixão
para com quem tece o mundo com as
próprias mãos,
mentes e corações.
Ode ao gostoso sabor do silencio...
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