Decifrando o olhar
O que será que olha os olhos meus?
Distraídos estão na varanda 
de um aconchego qualquer...
Tudo em volta está vivo:
a madeira torcida, a casa caída em ruínas,
as cinzas do velho fogão, o terreiro varrido,
a terra abatida, cortada ao meio 
como caroço de saudade.
O que olha os olhos meus?
O mistério do rio, o córrego quase vazio,
o distante horizonte deitada à sombra dos açaizais.
Olho a quietude do tempo,
a ternura vivida no momento
e o encanto do canto que canta o cantar 
do que ainda virá...

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