Leia-me
Nas marcas deixadas pelos meus pés
vão ficando a minha história
Elas falam de um tempo
e se diluem na imensa estrada.
Se alguém quiser me conhecer
busque ler as entrelinhas deixadas
em cada palavra,
no reverso dos versos
que mesmo desconexos eu faço pra você.
Se quiseres me compreender,
revira o palheiro, acende o candeeiro,
apruma o barco, faz o remo falar,
molha de amor todos os canteiros...
Eu sou o mistério que se deita
nas folhas tombadas dos açaizais.

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