Meus faróis
Esqueci o silencio dentro de mim,
sofri, plantei outro tempo,
também de sofrimento
e sem poesia.
Pisei no capim,
despetalei sagradas pétalas,
soprei para longe
o morno vento,
toquei fogo nas madrugadas,
joguei tempestade nos entardeceres
e ervas daninhas nos jardins.
Escutei o sabiá cantar pra mim,
era madrugada,
pintei meus sonhos de esperança,
abracei o travesseiro da paz.
O vento tocou minhas mãos,
cuidei dos jardins de flores
e de carnes, jardineira, detive
as primaveras,
gentilezas e utopias voltaram
a florir meus sonhos.
Escolhi não apagar os meus faróis...
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