Rabiscos
do tempo
Pensei
te encontrar no banco de pedras
Lembra
quando você,
nelas
se encantou?
Te
encontrei nas cordas do violão,
no
texto que rabiscamos juntos,
nos
sonhos derramados
em
meio à multidão.
Achei
também,
a
nossa velha sacola onde
guardávamos
as sementes de paz,
as
sementes de amor.
Quando
quiseres me encontrar,
vou
estar nos vinte poemas de amor
e
uma canção desesperada, de Neruda.
Vai lá, o horizonte é nossa casa...
Meus faróis
Esqueci o silencio dentro de mim,
sofri, plantei outro tempo,
também de sofrimento
e sem poesia.
Pisei no capim,
despetalei sagradas pétalas,
soprei para longe
o morno vento,
toquei fogo nas madrugadas,
joguei tempestade nos entardeceres
e ervas daninhas nos jardins.
Escutei o sabiá cantar pra mim,
era madrugada,
pintei meus sonhos de esperança,
abracei o travesseiro da paz.
O vento tocou minhas mãos,
cuidei dos jardins de flores
e de carnes, jardineira, detive
as primaveras,
gentilezas e utopias voltaram
a florir meus sonhos.
Escolhi não apagar os meus faróis...