A magia da fotografia
Sobre o brilho de uma lua pálida,
descansa a fadiga diária
do homem ribeirinho.
A proa do barco corta as aguas,
os sonhos, o sono e o tempo
entre o navegar e o ancorar
em algum porto.
As aguas nem mansas
e nem bravias se espalham
entre o voo do pássaro,
o silêncio e a solidão.
Ao longe, desponta um horizonte
que se prepara para dormir,
entre o céu, as nuvens
e os galhos secos que contornam
as margens do grande rio.
A quilha do barco sente o ronco
do motor, faz caminho entre a maré
cheia, a travessia e o farol
quase pagado
A
rosa que não se abriu
O
soar do sino chegou aos meus ouvidos
quase
inaudível,
mas
o coração reconheceu o chamado.
O
estalo de um raio se chocando na calçada,
viu
com maestria que
a
rosa continuou intacta.
Foi
o estrondo do trovão que
fez
o velho quadro cair ao chão
e
a orquídea branca balançar
no
galho tomado de saudades.
Meus
olhos se perderam ao longo
da
famosa avenida que,
sem
usar mascara, escancara
o
descaso pela vida.
A
chuva fininha molha o irmão que
se
agasalha entre a Ipiranga e a São João,
deixando
molhar os seus sonhos
num
mundo de falsa ilusão.
De
tudo trouxe comigo,
a rosa que ainda não se abriu...