Buquês de flores e de amores para você  que ama brincar com as palavras, juntá-las em rimas e versos. Feliz semana para você, que como eu, segue os passos do vento e cultiva jardins.
Namastê!

Acordando os cristais
Na chuva que cai,
vejo bolinhas de cristais
nos varais do tempo.
A chuva chama a tristeza para dançar
com o vento num tempo de solidão
e silêncio.
Acorda primavera,
traz as tuas quimeras
para cantar com a desesperança.
É tempo de parir utopias,
é tempo de fazer renascer o sonho
de outros mundos, sem tantos muros,
sem vidas estraçalhadas,
sem caminhos interditados
e sem sorrisos caídos sem asas.

 Quando a noite se aproxima, aparo os últimos raios do sol... Imagino a vida de quem está do outro lado da margem. Escuto o canto dos pássaros que passam em revoada e faço uma oração, agradecendo à brisa, ao buritizeiro que me acena de longe, ao rio que, imensamente amo...

Constelações e cristais
Pessoas amorosas,
têm, no paladar, ramalhetes de rosas;
nos olhos, ninhos de ternura;
no andar a leveza do vento;
no pensar,
ardente luz de constelações e cristais;
no sentir vitrais de sonhos
e no toque, a reverência da paz.
Pessoas amorosas,
amam cativar altar de belezas,
costurar retalhos, cuidar dos jardins
e das borboletas
Nas manhãs de chuva,
cantam e dançam como se
a vida fosse uma eterna ciranda
ao luar.


        
Este ramalhete de rosas é para perfumar a sua alma!

Com o carinho de sempre...


Um ramalhete
Vou embora...
Vou buscar a minha estrela
que caiu no mar,
que quis se afogar no luar
e não pode mais voltar
para a sua constelação.
Vou esperar a noite chegar,
a concha na praia rolar
e dela sair a estrela que deseja
voltar para o peito meu.
Vou embora...
Mas deixo a aurora nos teus olhos
e um ramalhete de sonhos
na  tua doce alma.
As pedras, as pérolas, as palmeiras
e os ninhos deixo enroscados no muro
da rua em que moras.

Na leveza da vida eu caminho. Na intensidade do tempo eu descanso meus pés no sagrado chão. Mas quando tudo parece sem cor, eu me entrego no colo da espiritualidade... 
Um feliz dia para você!

Fluir sagrado
Viver é aprender a se relacionar,
amar, deixar que o luar penetre na pele
Respeitar o tempo das marés e o voar das andorinhas,
a sonhar com o impossível
e a cantar nas manhãs chuvosas.
Viver é passear, sabendo que o trem do tempo
pode parar em qualquer lugar e a qualquer hora.
Por isso, plantemos flores nos jardins da alma,
nos jardins de carne, nos jardins...
No carrossel da vida não há lugar para bagagens,
portanto, não acumule,
seja leve, breve é a viagem.
Estenda a mão para o irmão-irmã,
abra o coração
e deixe a brisa espalhar os seus encantos.
Viver é sentir o fluir sagrado de todos os mistérios...

Quando o dia amanhece assim, parece que o rio abraça e a mata dança, festejando o alvorecer. Tudo é magia, tudo é alegria neste sol do amanhecer.
Com o carinho de sempre...

Carrosséis no amanhecer
Colho para você uma flor,
um ramalhete de amor,
um cálice com licor que atice
o sabor de outros sonhos.
Busco um tempo novo,
um jardim de povo,
um acordo de paz.
Trago um verso pra ti que colhi
naquela nuvem vermelha,
bordada de compaixão,
salpicada de gratidão,
trazida por carrosséis de horizontes
Colho para você um outro amanhecer...

Tanto a aurora como o pôr do sol, são alentos para alma. Eu amo esses momentos. A correria do cotidiano, o afastar-se da natureza, nos corrói... É necessário uma conexão afetiva com a espiritualidade...

Outro amanhecer
Pingos, pingos, pingos...
Escuro como a noite,
noite sem sonhos, sem sono,
sem travesseiros.
Lençóis molhados,
telhados quebrados,
utopias levadas pelo ralo.
Pássaros voantes pousados,
filas imensas de trôpegos passos
Inercia... Nuvens pesadas,
tempo sem cor.
Faço um facho e no labirinto tenebroso,
nasce a luz, a cruz não está mais pesada
Nasce um girassol na calçada.
Corpos se abraçam
e mãos entrelaçadas abrem caminhos
entre a palidez do tempo
e a aurora de um outro amanhecer.

No meu jardim é assim: Tem helicônias, flores de todas as cores e sonhos pendurados como se fossem cachos de amor e de cuidado...
Com o carinho de sempre!

No meu jardim
Falta rosas nos jardins,
falta jardins no mundo
e o mundo precisa de rosas para
respirar um tempo de paz.
Falta jardineiras,
mãos singelas para semear,
sementes de gratidão,
de amor e de compaixão
nesse tempo de frio inverno.
Falta a primavera florir,
o povo gostar de sorrir
e reaprender a sonhar.
No meu jardim,
flores estão desabrochando...

Que lindo e encantador é o mar...
Mas para nele navegar é preciso ter ousadia...

Vou ver o mar
Me leva para ver o mar,
para ver as ondas se quebrarem na praia,
e a areia rolar entre meus dedos...
Me leva para ver o mar,
quero nele navegar
enquanto não tenho porto
Enquanto a brisa leve pode
encher os meus olhos de infinitos.
Me leva para ver o mar,
eu quero enamorar-me das estrelas
que trançaram os meus cabelos
enfeitados de pétalas.
Deixo marcas sagradas
dos meus passos,
para que as gaivotas não se esqueçam
dos ninhos criados nos meus sonhos.
       Me leva...

Eu te ofereço flores! Onde quer que você esteja, sinta o perfume, aprecie os sabores, acolha a vida que é bonita, bonita e bonita....

Coração de pedras e cristais
Cadê o horizonte do meu pais?
Está bem aqui, na palidez de um tempo
que se esconde nas incertezas do instante
e na fragilidade dos sonhos.
Em todos os pássaros expulsos
de seu habitat
e que precisam de frutos para se alimentar
e de arvores para criar seus ninhos.
Na brisa que faz carinho
nos cabelos das meninas que ignoram
a palavra fraquejar.
Está aqui nas diferentes escolhas afetivas,
nas diferentes cores de peles,
nas pétalas beijadas pelo vento
no alento da ternura que estende a mão
e na doçura da multidão
com coração de pedras e cristais.

Olá, gente linda! Desejo uma feliz semana a você que passeia por este blog.
Como aprendiz da vida, estou aprendendo a olhar... Olhar a vida, na sua bela simplicidade. E para mim é uma alegria  compartilhar com você esta linda casa, nosso planeta e todo o sagrado que nele habita.

Um simples Olhar
Terra e céu numa só sinfonia
Imagem e sombra se complementam,
na jornada de diferentes cotidianos.
Tempo e espeço interligados,
imensidão infinita,
plantação de girassóis...
Verso e reverso de tantas histórias,
de coloridos retalhos que se tecem
na inteireza do sagrado.
Nuvens e ventos na corrida misteriosa,
majestosa e utópicas
de se buscar razões para viver.
Areia e espumas encantam, cantam,
harmonizam e se transformam
em poesias cristalinas.
Passos na areia, horizontes
e sonhos derramados
nos cansaços  da vida.

As janelas são portais! Através delas os olhares se perdem num esquecimento... Só os horizontes penetram na alma dos olhantes. Neste dia os meus olhos se perderam neste amanhecer...

Brando sol
Num chão salpicado de pedras,
brota um sol brando,
quase escondido entre o vento
e as nuvens dos sonhos.
Nas ruas sem pedras e sem sonhos,
nasce em suas margens
uma  plantinha vagabunda,
onde pousa uma borboleta.
Num chão salpicado de pedras,
o chão se move
e as pedras forjam outros caminhos.
É gostoso caminhar,
é gostoso se arriscar
e seguir a revoada de borboletas.
Num chão salpicado de pedras
ergo a minha morada...

"Viver é afinar o instrumento, de dentro pra fora, de fora pra dentro"
As vezes as belezas estão do lado de dentro, as vezes estão do lado de fora...

Tombos e sonhos
No tombo dos sonhos,
as energias que regem o universo,
Esticam os braços e acolhem,
o pólen, a utopia e a agonia da jornada.
E entre tintas, cores, anjos de luz
e simetria da natureza, o medo
e a dureza da estrada se recolhem.
O amor voa, entoa cantos angelicais
 e cobre com sua sinfonia,
 esta Gaia amada,
 cantada em canções e versos.
 No tombo dos sonhos,
 os vitais choram, mas as rosas
 brotam nos jardins da vida.

A noite descansa o olhar. As pedras encantam a alma e a simplicidade é a marca que eu deixo pelos caminhos.
Um carinhoso abraço à você que cuida deste ninho de palavras-carne, sempre que fico longe.
Paz e bem!
Difícil travessia
A margem parece longe,
como o morro que avisto através  dos vitrais da janela
O dia amanheceu com medo,
sente frio
O nublado penetra olhos, mentes e corações...
Mas o dia não pode permanecer triste
Avisto um pedacinho do horizonte
e logo me ponho a bordar.
Meu novelo de lindas linhas busca minhas mãos,
os carreteis já não fogem amedrontados
E agora,  quase no entardecer, a colcha de retalhos, 
retalhos de fé, de esperança e de novos sonhos
começa a despontar entre os meus dedos, que,
por algum tempo permaneceram adormecidos e inertes.
Continuo tecendo...  
Eu lhe ofereço o mar,  o amor em olhar que ha outras margens..
Eu não quero arma, eu quero compaixão, eu não sou do ódio, eu sou do perdão
Uma arma que me faz disparar em alguém, me faz assassina também.
Eu lhe ofereço este rio que parece mar e este infinito  amar que mora no meu coração.

Num entardecer
De tudo ficou um pouco,
o seu amanhecer menino,
o seu entardecer sublime,
o seu sorriso bonito,
os seus sonhos franzidos
num tempo de tristeza e paz.
Sonhei com você
e celeiros de sementes
surgiram nos meus olhos,
uma sorriu pra mim,
grudou nas minhas mãos,
nas minhas ideias e coração
e eu senti que a maré trouxe você
de longe pra mim.
Continuei a caminhar,
o rio-mar brincou de molhar
a minha imaginação, meus cabelos
e o desespero de pensar
na inercia da multidão.
As sementes fogem de minhas mãos...






Que setembro possa te engravidar de sonhos e de esperanças. Que possa nascer primaveras na alma de quem se fez jardineiro do universo. E que eu, você e todxs possamos plantar flores no coração de quem ainda não percebeu a beleza que o cerca.

A primeira vez
Deslumbrei...
Infinitas belezas engravidam o meu olhar
Mistura de cores,
saudades dos amores que deixei
pendurados na imensidão vazia do ser.
Vermelho espalha-se pelo ar,
no mar, o azul celeste
cata conchas, rosas e cristais
 renascem nas pedras e nos sonhos.
Sinto-me engravidada...
De pedras, de pérolas, de plenitude
e de praias enluaradas...

Os cristais que suavizam  a dor,  que bendizem outros tempos,  que enchem de luz a penumbra de erradas escolhas. Cristais que brilham tanto ao sol, como iluminam o escuro das noites..

Diferentes sementes
Minhas sementes brotaram...
O girassol germinou amor
em mãos que ofertam ternura.
A Dália espalhou aroma no seu
sono adormecido
nos velhos travesseiros.
 O crisântemo quis celebrar
as lágrimas ardentes do rio que sumiu
nos detalhes dos caminhos.
A Rosa se embebedou de cale-se,
mas floriu no cálice açucarado
de vinhos e sangue.
As sementes de outra América,
estão espalhadas nos jardins
esperando sua jardineira...

Num cantinho qualquer elas brotam...
No tronco de um jambeiro, a vida se faz mandala, abre botões e encanta a alma!
Que este entardecer sopre no seu rosto uma brisa morna, cálida...

Quando o olhar se perde num tempo infinito... Quando pousa  no voo de uma borboleta... Pois então, é aí que eu trago o horizonte para dentro dos olhos e a revoada das borboletas para dentro da alma...
Tenha um lindo entardecer!



Topo do tempo
Pendurei minhas lembranças
no topo do tempo
O topo escorregou
e acabou por machucar as feridas
que as Margaridas escondem
no silencio dourado de uma tarde,
pálida e distante.
 Meu silencio dançou
entre as paredes sussurradas
e a fenda triste de uma encruzilhada,
perdida na nova estrada.
Meu amor se calou perante o fim
do sem fim das belas cirandas
e seguiu o voo das borboletas
e das gaivotas.