Infinitas
memorias
Quando você voltar deixe na
penumbra do labirinto o claro dos teus olhos que tanto molharam de pranto os
meus dias sem memória. Se bateres na minha porta, lembra que a sonoridade de
tuas mãos tem que ter a ternura da rosa orvalhada. Se a porta não se abrir, não
chore. É que foi tanta saudade que as minhas lembranças perderam a sua própria memória.
Lembra dos cristais que
choraram quando nossos passos se distanciaram em direções diferentes? A areia
macia deixou marcas em nossos pés descalços e a espuma branca de um azul
indefinido subiu ao sopro do vento e virou céu de imenso amor.
Imenso amor brotou por entre
as estrelas, se vestiu de lua e clareou todas as ruas que ainda moram no meu
peito. Os lampiões se apagaram, os quintais fecharam suas velhas porteiras e a
noite cobriu de silencio toda a solidão que anda comigo.
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