O poema abaixo ganhei de presente de uma grande amiga, a Aldenise, minha querida Tisse. Eu nunca canso de ler. Ela sintetizou em poesia a minha historia...
A
canção que a Tisse fez pra mim
Canção da Nicarágua, quem vai tocar pra mim?
Faço inválido apelo agora.
Era composta em jus espanhol
E embalava amor e luta.
Não era de sangue que falava, mas, de causa
Não é de força que lembro, mas, de desejo.
Insana foi a desistência de ser tua
Troquei os campos de colheita por um pequeno jardim.
Embora tão difícil, caminhei firme em minha escolha que
concluo necessária. Aceitar a vida quando bifurca.
Mas se puderes diz-me: - Onde está a luta?
E se não terminou, o que estou fazendo aqui?
No meu coração tenho prontos cantil e boina, corpo e alma
Que matarão a sede minha e tua.
Destino dividido à foice, que já não haveria de servir.
Tenho reservas também, munição embebida em vinho
açucarado.
Um vir a ser longínquo me persegue. (Aldenise
Regina Carneiro)
Nosso
horizonte
Esteja sempre no meu horizonte,
ele é a nossa estrada,
é o nosso nada, é o altar que abriga os sonhos
É um ponto de encontro e de abandono ao amor,
talvez, seja um simples poema.
Antes que os horizontes fiquem avermelhados
eu preciso te encontrar,
te amar bem devagar sobre o chão amarelado,
abandonados na lentidão de quem não tem pressa.
Antes que o vento leve pra longe o que restou de um puro
amor,
de infinito e de abrasador, me espere nas tortas trilhas
do trem,
bem além das velhas estradas.
Infinitas
memorias
Quando você voltar deixe na
penumbra do labirinto o claro dos teus olhos que tanto molharam de pranto os
meus dias sem memória. Se bateres na minha porta, lembra que a sonoridade de
tuas mãos tem que ter a ternura da rosa orvalhada. Se a porta não se abrir, não
chore. É que foi tanta saudade que as minhas lembranças perderam a sua própria memória.
Lembra dos cristais que
choraram quando nossos passos se distanciaram em direções diferentes? A areia
macia deixou marcas em nossos pés descalços e a espuma branca de um azul
indefinido subiu ao sopro do vento e virou céu de imenso amor.
Imenso amor brotou por entre
as estrelas, se vestiu de lua e clareou todas as ruas que ainda moram no meu
peito. Os lampiões se apagaram, os quintais fecharam suas velhas porteiras e a
noite cobriu de silencio toda a solidão que anda comigo.
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