Flor de mandacaru
Vi a terra partida em
frangalhos,
ressequida,
dilacerada
Arrancado de seu ventre
os brotos secos morrem,
os peitos se esvaziam
de sonhos,
de sonhos sem saciedade
numa sociedade
que sangra sem sangue
e que sangue lava a
doçura de um chão orvalhado.
No meio da sequidão
um grão brota,
um sonho se solta
e salta a chama da
esperança.
Um grito de liberdade
ecoa pela cidade
e entre as
quebraduras da terra
nasce uma flor quase
amarela,
uma flor de
mandacaru...
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