Todo pôr do sol traz em seu bojo um punhado de reflexão, de tristeza, de nostalgia, por isso é tão mágico, tão cheio de ternura... todo entardecer é uma sublime Oração que enche o coração de Paz e de cálida doçura... Amo o pôr do sol!!!
Ao pôr do sol
Êxtase, nuances de
cores,
amores perdidos entre
as asas bonitas de um
singelo horizonte.
Promessas, festa dos
anjos,
frestas por onde os
olhos de Deus
passeiam pelo mundo.
Junto ao colorido
infinito,
voos feridos
cicatrizam o tempo
em sua triste
travessia.
Ao pôr do sol,
a varanda se faz
saudar a saudade,
a velha cadeira de
balanço
faz sentar a solidão
que o vento trouxe de
longe
nesta tarde
entardecida de doces amores.
De volta pra casa
Ele voltou...
nas vestes a cor azul
do mar,
no olhar um brilho
sem brilho de fogo
e na alma a alegria
da sinfonia
de quem acordou.
Postei-me como pedra
frágil
diante a imensidão
infinita,
estendi o amanhecer no varal
e vi a terra respirar
liberdades.
As andorinhas retomam
o voo
e o urubu valseja
entre o céu,
as flores e a
delicadeza de saber olhar
a viagem de volta pra
casa.
Flor de mandacaru
Vi a terra partida em
frangalhos,
ressequida,
dilacerada
Arrancado de seu ventre
os brotos secos morrem,
os peitos se esvaziam
de sonhos,
de sonhos sem saciedade
numa sociedade
que sangra sem sangue
e que sangue lava a
doçura de um chão orvalhado.
No meio da sequidão
um grão brota,
um sonho se solta
e salta a chama da
esperança.
Um grito de liberdade
ecoa pela cidade
e entre as
quebraduras da terra
nasce uma flor quase
amarela,
uma flor de
mandacaru...
Uma flor na calçada
Chega
de silencio...
Quero
que o botão se abra em flor,
que
a pétala se derrame amor,
que
o silencio converse com a minha voz.
Chega
do silencio que se espalha pelo chão,
que
esmaga a canção que sumiu dentro de minha voz
e
toca a flor amarela que docemente dorme na calçada
orvalhada
de solidão e saudade.
Que venha o silêncio das pegadas entre
a areia e o mar,
entre o voo e a andorinha, entre as ondas e os céus azuis
e na minha voz distante, chamegantes
amanhas
colhem a flor rosa que brinca na
calçada.
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