No silêncio da noite
Os panfletos se espalhavam pela sala sem cor
O mimeografo parecia gemer sob 
a mão de seu algoz
Falas animadas, roupas desalinhadas,
cinzeiro em brasa, fumaça, fumaça, fumaça...
Parecia que os sonhos se gestavam
nas muitas folhas de papéis
Que a utopia tão desejada
era forjada na intensidade do tempo.
Livros espalhados me contavam outra história,
jornais pareciam cartas anônimas,
vinham de longe, as vezes sujas de sangue,
outras vezes, faróis aquecidos de esperança.
Mas aí, os panfletos amarelaram,
as velhas maquinas quebraram, 
os blusões se alinharam
e as utopias? Ainda existem...

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