Um punhado de quimera
Muitos quadros estão na parede,
nos cantos tem castiçais de pedras e cristais,
na mesa um bilhete escrito com tremulas letras,
pintado de nunca mais.
Há vasos com flores vivas na varanda,
na sala, rosas amareladas choram
um tempo que jamais virá,
na cozinha taças finas com resto de vinho
são marcas de um amor que ainda pode recomeçar.
Na janela, o vento sopra outro tempo,
dizendo que a primavera, um punhado de quimera
estão no cais, acabaram de chegar.

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