Incompleta
plenitude
Naquela
noite a lua apareceu,
borrifou
brilho no verde das folhas,
prateou
o meu grande amor,
abriu-se
em caminhos no escuro firmamento.
Eu
parei para embebedar-me dessa imensa beleza,
calei
silenciando o destino,
guardei
no peito esse instante de doce eternidade.
Ao
longe... muito longe
uma
revoada de nuvens cobriu de efêmera passagem
a
minha incompleta plenitude.
Enquanto
eu te espero
Eu
te espero no portão, já consertei a trava,
pintei
a velha madeira com pérolas e pétalas
e
no ipê amarelo pendurei um arco íris.
Enquanto
te espero,
cuido
da Azaléia que precisa de mais terra,
adubo
as roseiras que na sombra das castanheiras precisam de sol.
Dia
após dia cuido da alegria,
ouço
as sinfonias de sons que ainda vamos escutar,
mas
não demore, as amoras estão pretinhas e doces,
os
flamboyants espalham flores pelo chão
e
o nosso jardim não pode murchar.
Quem
vive de sonhos é mesmo assim,
espera,
espera, mas não deixa de cultivar
as primaveras que,
as primaveras que,
singelas
cuidam de tenros tesouros.
Toda
espera é uma criação...
Vidas
orvalhadas
Vidas
se penduram
Vidas
se misturam
Vidas
gorjeiam
Vidas
mergulham
Vidas
se esparramam em cores,
em
sons, em dores e amores
Vidas
que se fazem mistério.
Passos
lentos
Olhar
perdido no longe
Suavidade
em pétalas de brisa
Orvalho
nos botões de flores
Saudades
ternas e estranhas adornam
os
meus sonhos...
Entre
Gerânios e Jabuticabas
Na tarde
tristonha nasce uma pétala molhada de orvalho,
uma
pérola ainda gruda na conchinha que rola na praia
Uma esmeralda
surge entre os cascalhos
e
uma ametista é encontrada entre as outras pedras.
A tarde
tristonha, mas também risonha
deixa
que o por do sol continue embaixo dos lençóis,
abraçado
ao passado pendurado na
parede com moldura desbotada.
parede com moldura desbotada.
Mas o
horizonte menino sabe fazer travessuras,
entre
bravura e brandura traz uma réstia
de sol e o faz brilhar
de sol e o faz brilhar
entre
os Gerânios e a Jabuticabeira.
Dálias e açucenas
Lembra das sementes que coloquei em tuas mãos?
Sementes de Rosas sagradas,
de Orquídeas orvalhadas,
de Cravos encantados,
sementes de puro amor.
Lembra do nosso jardim?
Você namorava as Dálias,
eu as Açucenas
e nossas mãos
tinham o cheiro de terra.
A tempestade chegou e foi difícil
cuidar daquela flor
que em nós se gerou
mas o jardim adubou os nossos destinos
que seguiram uma nuvem de cinzas azuis.
Tenho
sem ser meu
Eu
tenho as flores e todos os jardins
Tenho
a terra, as sementes,
as
gotas de chuva, as curvas da estrada
Tenho
os riachos de amor, torrentes, campos serenados,
as
verde planícies e o silvestre dos teus sonhos.
Tenho
os pássaros que pescam na praia,
as
pedras que caminham entre os corais,
os
corais que medram nas pérolas
Tenho
grãos de areia que se molham de silêncios.
Tenho
o azul do mar que brinca com o meu olhar
quando
diz que o céu é azul
Tenho
o voar das andorinhas, as asas gaivotas,
as
velas que navegam a esperança
e
o sol que canta em todo amanhecer.
Eu
tenho a solidão das tardes que seguem o horizonte...
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