O brotar de outros natais
Hoje, levantei cedinho. O chão ainda estava molhado pela chuva da madrugada. Algumas gotinhas ainda pendurada estavam no varal do quintal de casa. Alarguei o olhar para o horizonte e vi o natal chegando numa carruagem de lindas cores que brincavam no céu, também no sol que derramava focos de luz por entre escuras nuvens como se desvirginasse a lembrança de uma noite chuvosa.
Além dos muros, tudo parece igual. As mesmas casas, umas bem construidas, pintura nova. Outras, já corroídas pelo tempo, pintura manchada, cercas caindo. Na rua, as pessoas passam, algumas apressadas, arrastando crianças que não conseguem acompanhar os passos, outras caminham lentamente e parecem admirar as belas casas da rua, todas adornadas, na espera do natal.
Sento para escrever e alguém bate na porta, uma jovem mãe pede brinquedos para seus dois filhinhos que até agora nada ganharam. Depois de atender a moça, pensei em armar a árvore de natal, mas estou sem motivação. As árvores, hoje, são muito artificiais. Lembrei de minha mãe! Da alegria que era montar nossa simples árvore, com enfeites construidos pelas nossas mãos...
Mas é natal! Busco dentro de mim a manjedoura. O nascer de uma nova vida. A esperança do amor ser a razão do meu viver! É com tristeza que percebo o desrrumo do significado do natal!
No entanto, ainda há tempo de nos recriarmos! De reflorecer o jardim que é o nosso coração! De no lugar de divisão, multiplicação e adição, para alguns-algumas, fortalecermos a partilha entre irmãos e irmãs, numa única mesa.
Que este natal tenha a doçura da compaixão e a presença de Deus no nosso meio! Que na mesa haja pão, alegria, paz, saúde, luz, comunhão e que o Grande Amor brote de nossas essências-coração-alma-projetos de VIDA! Feliz natal, para você que eu muito amo!
Com Amor e ternura... Deusa
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