Misteriosa saudade
Chegou a saudade...
Sentei pra descansar os passos do muito que andei
Chorei pra lavar a alma das dores que acumulei
Sorri para renovar a fé da descrença que me seguia
Passos, alma e fé guardei no tempo
e te ofereci, quando olhaste pra mim
naquela tarde de beija flores, música e silêncios.
Vestida de saudade,
vejo o seio fecundo da terra desabrochando,
os meus olhos se encantando
com as folhas secas deitadas no chão parindo rosas
e com o vento parteiro e delicado
que corta com amor o umbigo do sagrado
e faz minhas mãos se ensangüentarem de Vida.
A tempestade sopra e amacia o leito do tempo
Uma nuvem de pétalas vermelhas e brancas
cobre este planeta que cheira à Açucena.
As buzinas silenciam
Os automóveis brecam
Os pedestres dão-se as mãos
A sombra aquece
A poesia pinta de magia o muro encantado
e a brisa espalha
nos caminhos, amarelas pétalas,
doces saudades...
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