Eu adoro o silêncio! Mas o meu silenciar é sempre para escutar outras vozes. Quase todas as manhãs eu caminho na praça da poesia (Floriano Peixoto) e lá escuto muitas falas, da água, das árvores, dos pássaros, das flores... Outro dia admirando a delicadeza das flores, escrevi,


Delicada pétala
A delicadeza das pétalas amarelas
realça a doce saudade dos amanhãs que ainda vêm
Amanhãs de primavera,
onde uma singela flor ficou esquecida
sobre as folhas secas do outono marrom.
Singela, a flor guarda no seu botão
a gota de orvalho que não desabrochou,
mas molhou a relva nas noites de frio e inverno
e o seu botão é todo matizado de amor.
Nas manhãs serenadas, o amor desabrocha
mesmo marcado de dor
e se planta na terra virando jardins
nas manhãs orvalhadas de pétalas de flor.
Todo este jardim eu criei pra ti
Delicada pétala de amor!

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