Na boca da noite
Do alto das mangueiras descem pingos de poesia
Do céu desce uma corda de estrelas
Verdes, amarelas e vermelhas
Que fazem a noite ser muito mais bela.
Uma por vez no brilhar da ousadia
de fazer da poesia um altar,
em qualquer lugar,
na praça, na beira do rio, na livraria
ou na calçada vazia,
salão e sarau dos amantes da boemia.
A tarde borda tristonha os seus silêncios e magias,
faz cair sobre o chão sagrado
um punhado de sereno, um sorriso, um afago
e um favo onde se planta uma réstia de ternura.
A boca da noite chega suave
traz fetiches e fantasias
Na sua cesta de flores vem amarrado,
um buquê de orquídeas e de rosas escuras.
Pendurado no varal encantado,
reluz a chama e o chamado
para o agora e para um amanhã
feito de versos, rimas e melancolia.
Bem vindo à boca da noite,
traga sempre no coração o seu colar
de doces poemas!
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