E por falar em ancestralidade, esta linda imagem, capitada pelas mãos do Floriano Lima é da Comunidade Quilombola do Curiau. Lugar de resistência, tanto no passado como no presente. Lá, a beleza é deslumbrante, onde o olhar se perde entre o voo das garças e a poesia... Gratidão, Floriano!
 

De onde eu vim

Minha ancestralidade

tem cheiro, tem cor, tem história,

tem memoria, tem som de

passos cansados, tem olhar de fé,

tem vestido rasgado, costurado

com os fios do tempo.

Minha ancestralidade tem inteireza,

vida compartilhada

com tantas outras vidas,

tem simplicidade, tem complexidade,

tem cheiro de rio,

tem sabor de buriti,

gostosura de açaí

e a  beleza da flor do mururé.

Minha ancestralidade caminha

com os meus pés

e os meus olhos se perdem

em vivas lembranças.