As rosas
Toda Rosa
é infinita,
todo
jardim é sagrado
Eu abro
o meu velho livro
e
deixo o nosso poema adormecer
sobre
o meu peito.
Toda rosa
é infinita,
toda
história atravessa
o
tempo e se dilui
numa
gota de orvalho.
Eu não
corro atrás do tempo,
ele
não existe,
prefiro
ver da janela
o amor
acolhendo lua.
Minha vida
é marcada pela ciranda
de
meus ancestrais.
Toda flor tem sua beleza...
Eu te
espero
Eu
voltei...
vamos
passear de mãos dadas
pelas ruas antigas?
Elas ainda são iluminadas
pelos
velhos faróis,
os
mesmos que um dia
viram
o nosso beijo molhado de poesia,
de
sonhos e utopias
que
moviam os passos meus.
Vem, a
flor que ganhei
ainda
não murchou,
a
nossa canção não parou,
eu a
escuto no assobio do vento.
Vem, a velha praça já não tem bancos,
mas o
flamboyant ainda resiste
e com
saudade de nossos sorrisos
nunca
mais parou de florir.
Eu te espero...
Vazios
e faróis
Dizem
que os desertos são vazios,
mas lá
a areia canta,
o
vento semeia brisa,
oásis
brotam
onde o
sol escaldante sufoca
e
dentro de mim o deserto
é
cheio de sementes e fractais.
Dizem
que no deserto tudo dorme,
eu
escutei o calor gritar
pedindo
lençóis,
vi a
areia se florestar,
senti
os faróis acenderem luz
e
descerem um
céu
estrelado para junto
de
meus travesseiros.
Nem tudo
que parece é,
tudo
está sendo
na
miudeza plena da vida.