Em
algum Laguinho
No
silêncio do Canto,
nasce
um poema
Nos
cantos desse poema
há um
Canto que canta,
que
encanta,
que
faz dançar
os
instrumentos musicais.
Hoje ouvi
o seu violão chorar,
mas
logo depois,
um
sonoro gargalhar
se fez
escutar lá pros
cantos
do Laguinho.
O
Canto carregou o seu cantar
foi
para o lado de lá,
erguer
sua maloca
sobre
a brisa do rio mais belo
Foi
gapuiar a pororoca
e
girar o seu olhar
em
algum devaneio.
O
canto do Canto é prece,
sempre
batucando,
marabaixando
nos versos
sem
rimas
e nas
entrelinhas de todo poema.
Enfim,
sem fim, saudades...
Sou assim
Eu sou silêncio
Amo escutar o seio da vida,
escutar o vento conversando
com as folhas da amoreira,
escutar o som das nuvens
que se movem silenciosamente.
Amo escutar as conchas,
elas me falam do mar,
das ondas que
se quebram nas pedras,
das vozes silenciosas dos navios
que guardam destinos,
amores e saudades.
Eu amo o silêncio
e minha alma
se veste de solidão.