A volta
das borboletas
Nunca tive dono
e nem fui dona de ninguém
Ousadia não me faltou
e diante do céu azul eu já dancei
todas as cirandas.
Nasci numa manhã de julho,
chorei num mês de agosto,
gratidão ao agosto que me fez
costurar todas as saudades.
Hoje, me acostumei,
a cutucar luas, namorar as estrelas,
recolher gotinhas de orvalho,
abrir portões
e esperar que as borboletas voltem...
Rebeldia
Quiseram calar meu sonhos,
apagar os meus faróis,
quebrar os meus cristais,
escurecer minhas noites,
trasmudar minhas auroras,
despoetisar a poesia.
Mas a Vida não obedece ordens,
sonhos são ventos,
faróis iluminam,
cristais são gotas de orvalho,
noites e amanheceres são dádivas,
o mar é magia e a poesia é plenitude.
A esperança é transgressão,
a utopia é comunhão,
a saudade me toma pelas mãos
e tudo amanhece outra vez.