Quase Natal

Desembrulhei os meus sonhos,

enfeitei minhas arvores,

limpei meus quintais

e presenteei o mundo com

sementes do conviver.

Meus sonhos escondidos

estavam enferrujando,

minhas arvores, secando naquela

pagina do meu velho livro.

Meus quintais, quase tombados

pelas cercas do masculino de ferro.

Colhi sagradas sementes

e desde então, semear se faz

o meu mar, ondas

e pequeninos grãos de areia. 

A flor que brota das aguas enche a alma de ternura, de doçura e leveza celeste. E a flor que brota das águas se planta no meu coração... A flor que nasce das águas floresce todo o universo. 
 

 

Estrela guia

Nada está perdido

Nem o tesouro,

nem o choro coletivo,

nem o tesouro escondido,

nem o sonho vivido entre

rosas e estrelas.

Nada está perdido

Eu colho trigo entre luas e amanheceres

Eu planto amor no meu coração.

A esperança é um cristal,

um portal sagrado,

semeado nos jardins de carne

A esperança guia o meu caminhar.


Eu sou dos rios, dos igarapés... Sou amazônida, mas as vezes o mar me chama, então, eu me desfaço no horizonte, cato conchas, me jogo nas ondas e viro grão de areia...

Cristais

Meus cristais são de luz,

de leveza, mansidão, gratidão

e de amor.

Meus cristais atravessam o tempo,

orvalham as noites

serenadas de dezembro,

meus cristais são pintados utopias.

Meus cristais sangram,

choram, são encharcados

de esperança

e brotam nos canteiros 

de carne e de sonhos.