O dia fecha a cortina, a noite estende um lençol azul. As aves voltam para seus ninhos e as estrelas se vestem de luz para fazer os olhos que choram, sorrir para o amanhã que virá. É assim a circularidade da Vida... Um vai e vem infinito.
Num
final de tarde
Misericórdia,
senhor!
Uma
grande dor transpassa meu coração,
mas
o amor atravessa meu olhar.
Lágrimas
inundam a terra,
mas
o sorriso aflora lá fora,
num
horizonte perdido que parece
pousar
por trás das ilhas.
Misericórdia, espiritualidade de luz!
Que
a tudo conduz
sob
as asas do tempo.
Todos
os lamentos sumirão quando
o
escuro da noite passar.
Quando
o egoísmo calar
e
der lugar a doce compaixão.
A
solidão doída eu guardo no botão
da
flor que amanhã há de abrir-se.
Gratidão,
Senhora pelo silêncio,
pelas
ruas desertas,
pela
carência de festas
que
não acalentam o coração.
Gratidão
ao azul do entardecer
e
à brisa que mexe com meus cabelos...
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