Outro caminhar é sentir que qualquer caminho que faz a alma repousar é um caminho feliz...

Outro caminhar
Sagrada seja a madrugada
que desperta minha memória,
de histórias e saudades, guardadas
no baú do tempo e tatuadas na alma.
Sagrados sejam os meus lençóis
que despertam o sol que habita
o meu coração,
acolhe a solidão do mundo
e semeia luz no caminhar do povo.
Sagrada seja a Vida
que gera tantas outras vidas
e cuida de plantar esperanças
na história que dança as desventuras
e se aventura num outro caminhar...

Eu trouxe o futuro para hoje...
O amor transborda alem do tempo...
Asas do tempo
Vê como o céu empalideceu
Vê o carretel de esperança surgindo,
Vê a linha franzindo os retalhos dos sonhos.
Vê a Margarida florindo,
Vê os jardins se abrindo num domingo 
qualquer de abril.
Vê os velhos faróis velejando, apontando o rumo, 
Vê a estrada permeada de cinzas,
de palavras vazias , de angustia e gritaria
Mas não deixe de ver o horizonte chamando, 
a alegria retornando na praça do tempo,
no chão do coração de quem ainda ama...
Quando a vida pede um pouco mais de silêncio eu jogo o cabelo ao vento e meus olhos se perdem no mar...


Cinzas e labaredas
Ponho olhos nas lagrimas
que secam ao vento,
lagrimas com olhos aprumam os caminhos,
regam mãos embrutecidas pelas crenças.
Ponho velas nos sonhos dos viajantes,
ponho os viajantes na proa da história
A história pode ser falha,
a história não é verdade
quando contada sem faróis.
Os faróis alargam os caminhos,
iluminam as cinzas e labaredas
como se festa fosse.
Mas onde estão as fogueiras?
Quem se lança lenhador?
Quem com amor
pode soprar esperança
nos tempos de turbulências?
Aparo estrelas cadentes como
se fachos de luz fossem...

Gratidão a este planeta azul! Minha Gaia amada, minha casa...
Gratidão pelo seu carinho, amigxs de perto e de longe!
Gratidão à Vida que é bonita, bonita e bonita...

Gaia amada
O por do sol tinge meus cabelos
Celebra com meus olhos um doce entardecer,
molha de rio os meus sonhos,
costura no meu caminhar a leveza do barco
que desliza agua abaixo.
Gratidão a Gaia amada, que,
sobre as matas derrama sua calidez divina
Que mistério envolve o silêncio da vida?
O feminino de uma floresta em flor?
O rio se vai levemente,
Deus se faz presente na paz que envolve esse instante,
consagrando o sagrado de um entardecer...