Dos meus olhos saíram cordas de cristais e laçaram o horizonte, trouxeram a manhã de dezembro para o silêncio da rua que ainda dormia entre o azul e a solidão dos lençóis. Nos meus olhos nasceram um ramalhete...
Todas
as canções
Trago
para você os meus olhos,
um
horizonte distante,
um
firmamento brilhante
corais
que habitam o fundo do mar.
Te
trago o meu caminhar,
o
ternurar do vento que faz brisa
nas
tardes de setembro
e o
segredo que traz para perto
o
sopro do meu espirito.
Te
trago o pensar da estrada,
o
sentir da cesta feita de linhas,
sangue,
vinhos e sonhos
Borda
no luar a infinitude deste poema.
Entrego
para você as minhas mãos,
Minhas
utopias e o voo da gaivota
Te
trago a minha poesia...
Entrelace
Entrelace
o seu sonho ao meu
O
meu sonho e o teu sonhar
vão
dançar entre a lua e as estrelas
E
vai ser bonito o nosso caminhar,
entre
os tropeços e as pétalas.
Nunca
esqueço que são pelos tropeços
que
entra a luz nos labirintos da vida
É pela cruz que se cria aternidade,
verdade
que desconhece a razão
e
assim se partilha o pão
e
nos arrozais brota rosas vermelhas.
Entrelace
o seu sonho ao meu...
Botões
se abrindo
O
céu está azul
com
algumas pinceladas
de
branco e cinza
Os
pássaros passam voando,
já
procurando abrigo.
As
arvores balançam lentamente,
como
a vela de um barco
em
tarde sem brisa.
Na
rua, apenas algumas pessoas passam,
pois
é tarde de domingo
Meu
coração voa em pensamento,
buscando
os rostos queridos
que
estão distantes.
Saudades
borda minha alma...
Saudades
do tempo que já corre
com
o vento para outras margens
Mas
os lírios se abrem
e
a saudade se torna amena.
Cálice
de rosas
Que
a fé que tenho no universo,
faça
eu colorir minha estrada
por
onde a vida passa docemente
Que
a fé que tenho no universo,
seja
o reverso da palidez
dos
meus tristes poemas, que
seja
a doce palavra a alimentar a alma
e a fazer a solidão ser bela.
Que
a minha estupidez seja branda
como
a chuva da madrugada
que
me agasalha entre
os
lençóis e os sonhos.
Que
a fé na vida me seja uma bebida
sorvida
em cálice de rosas...
Uma rosa
Meu olhar se perde
nos pingos d’agua que caem lentamente
Paraliso o pensamento
e o sentimento apaga a mágoa
que descansava no peito.
As dores do mundo as vezes
batem fundo na alma,
mas calma fico quando
avisto o horizonte.
A flor do deserto tem ficado triste,
imensa solidão se vê na seca,
na cerca e nos piquetes
da separação.
Uma rosa brota na areia quente...
Volto a pensar...
E o sonho acorda os meus olhos.
Uma flor e o horizonte
Olhei o céu...
Uma estrela se desprendeu
e caiu bem pertinho dos meus pés,
se entranhou na minha pele,
se agasalhou nos meus cabelos
e ternurou o meu olhar.
Olhei o mar...
Ele sumiu dentro dos meus olhos
Vi as conchas
colhendo pétalas de vida,
pétalas de além horizonte,
pétalas de um outro sonhas.
Olhei o horizonte
e bem defronte estava você,
feito de conchas e estrelas.
Reinventar asas
Rever a volta...
As fontes estão secando
As vozes falhando
e o coração sangrando
por um imenso amor.
Reviverá...
Não ouço imbecilidades,
costuro verdades,
o sol brilhará de novo num coro
do povo que não pode calar.
Reaprender a ousar...
Sonhar o como será
Gestar o sonho sonhado,
cuidar do broto,
dar rosto
ao toque afetuoso,
acender a chama,
tirar das entranhas asas para voar
Reinventar o inventado...
Outro caminhar
Sagrada seja a madrugada
que desperta minha memória,
de histórias e saudades, guardadas
no baú do tempo e tatuadas na alma.
Sagrados sejam os meus lençóis
que despertam o sol que habita
o meu coração,
acolhe a solidão do mundo
e semeia luz no caminhar do povo.
Sagrada seja a Vida
que gera tantas outras vidas
e cuida de plantar esperanças
na história que dança as desventuras
e se aventura num outro caminhar...
Asas do tempo
Vê como o céu empalideceu
Vê o carretel de esperança surgindo,
Vê a linha franzindo os retalhos dos sonhos.
Vê a Margarida florindo,
Vê os jardins se abrindo num domingo
qualquer de abril.
Vê os velhos faróis velejando, apontando o rumo,
Vê a estrada permeada de cinzas,
de palavras vazias , de angustia e gritaria
Mas não deixe de ver o horizonte chamando,
a alegria retornando na praça do tempo,
no chão do coração de quem ainda ama...
Cinzas e labaredas
Ponho olhos nas lagrimas
que secam ao vento,
lagrimas com olhos aprumam os caminhos,
regam mãos embrutecidas pelas crenças.
Ponho velas nos sonhos dos viajantes,
ponho os viajantes na proa da história
A história pode ser falha,
a história não é verdade
quando contada sem faróis.
Os faróis alargam os caminhos,
iluminam as cinzas e labaredas
como se festa fosse.
Mas onde estão as fogueiras?
Quem se lança lenhador?
Quem com amor
pode soprar esperança
nos tempos de turbulências?
Aparo estrelas cadentes como
se fachos de luz fossem...
Gaia amada
O por do sol tinge meus cabelos
Celebra com meus olhos um doce entardecer,
molha de rio os meus sonhos,
costura no meu caminhar a leveza do barco
que desliza agua abaixo.
Gratidão a Gaia amada, que,
sobre as matas derrama sua calidez divina
Que mistério envolve o silêncio da vida?
O feminino de uma floresta em flor?
O rio se vai levemente,
Deus se faz presente na paz que envolve
esse instante,
consagrando o sagrado de um entardecer...
Boa noite meus queridos!
Encontrei espinhos em alguns dos meus caminhos, mas estou substituindo os espinhos por flores, os canteiros inférteis, por jardins verdejantes e logo volto a postar.
Gratidão por cuidarem do nosso cantinho enquanto estou voando com as gaivotas, enquanto estou colhendo sonhos...
Fragmentos de esperança
O espirito do mar pousa
sobre o brilho da lua
Que sopro divino,
que ninho acolhedor que cabe
na concha azul que rola na areia.
O espirito do mar trouxe o luar
e o tatuou nas asas da ousadia
de uma andorinha voante.
O espirito do mar sopra ventos,
contem tempestades,
anuncia que a saudade já se amarra no cais
Que vendavais podem paralisar
o sonho do marinheiro
que só sabe amar, amar e
amar.
O espirito do mar...
Flores e Caracóis
Sonhei...
Com um caminho feito de flores,
de amores e caracóis
Lavandas se espalhavam nas margens,
exalavam esperança, mexiam no marasmo,
se transformavam...
Os caracóis se movimentavam,
rumavam os passos daqueles que
cansados, esquecem a magia do caminhar.
As flores se misturavam ao olhar do arco
íris,
quase envelhecido, desbotado,
mas ávidos por cálidos sonhos.
Sonho...
Com gaivotas sobrevoando jardins,
Borboletas floridas, primaveras eternas,
Rosas nas janelas, Margaridas e Marias
bordadas na quimera que sonha dentro de
mim.
Rebelde libélula
Estou no deserto...
A sequidão se apossa de minhas mãos
e de meu coração,
mas minha alma é uma rebelde libélula.
A travessia está difícil,
mas a jornada do impossível,
acontece em meio a primavera.
Não removo pedras,
removê-las cansa, machuca, sangra,
decido contorna-las
e desde então, vivo a comunhão
com os povos que recriam sua história.
Estou num deserto,
mas rosas e jardins são partos possíveis...
Gotas
de vida
E corre pela terra
o brilho da esperança,
do canto, da dança, das andanças
Tantos faróis, lampiões
e lamparinas vão se acendendo
nas encruzilhadas,
na medida que seres de luz passam.
Eu não temo a palidez do tempo,
eu não temo o diálogo e as diferentes
falas
Eu temo os olhares que não trazem
a essência da cálida ternura
Esses me dão calafrios.
E corre pelo chão a semente da comunhão
e um mutirão de anjos da paz.
Lugar de amor
Venho de um lugar chamado esperança
Trago um paneiro com sementes,
mas preciso de você, pra comigo semear,
doçura e não lamento.
Venho de um lugar chamado sol
Trago um lençol de carinho para cobrir a dor,
preciso de você para comigo tecer o tempo de bem viver,
um tempo de paz.
Venho de um lugar chamado ternura,
trago um alguidar de candura para plantar nos olhos teus
Mas preciso de você para comigo acender um farol de luz.
Venho de um lugar chamado amor
Trago pra você ramalhetes de rosas vermelhas
para você enfeitar sua janela,
num tempo de quimeras e profundas reflexões.
venho de um lugar chamado...
Os
meus retalhos
Sou
feita de retalhos...
Retalhos
de cale-se,
retalhos
de gentes,
retalhos
de bichos,
retalhos
de matas e de rios,
retalhos
de remos e de velas
Retalhos
de sonhos.
Guardo
na pele a boniteza
das
histórias contadas e vividas
e
sou um útero prenhe de Amazônia.
Trago
na alma fragmentos de luas,
estação
solares,
invernosos,
outonais
e
infinitas primaveras.
No
meu corpo tenho tatuado,
os
igarapés, os igapós,
todas
as deusas que caminham
com
os pés descalços
e
que trazem nas mãos ramalhetes de rosas.
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