Como os caracóis
Caí num imenso mar de saudades
e logo te vi entre o tempo
e uma borboleta amarela.
Entre um veleiro
e um velho pescador.
Entre um cais
e uma pedra cortada ao meio.
O vento uivava numa languidez triste,
mas o farol ao longe anunciava
a chegada de uma nova estação.
Saí do mar, as ondas
me trouxeram pra praia,
a areia amiga curou
as minhas feridas
e as conchas desafogaram
a minha alma.
Imitando os caracóis,
vi o mar entrar nos meus olhos.
Doce mar...

Um lindo fim de tarde pra você que ama flores, que protege a natureza, sabendo que você é parte inteira dela. Para você que ama todas as pessoas  e que não reconhece fronteiras que delimitam a solidariedade e a compaixão. Somos todxs flores do mesmo jardim, cuidados pelo mesmo jardineiro...

Lençol de girassóis
 Oh, brisa fria que acarinha meu rosto!
De onde trazes tamanha ternura?
 Tudo está longe...
 Tão longe!
 Que o horizonte parece distante.
Uma corda aqui,
Uma guirlanda ali...
Gaia está entardecendo
Gaia repousa o seu espirito
num arco de luz que traduz
o brilho de meus olhos.
Um voo... Um canto...
Um girassol...
No paiol dos sonhos a solidão
se mostra pela fresta do tempo.
Enlaça desespero e esperança
num só laço de dor e afeto.
Gaia aconchega seus filhos e filhas
desabrigados, descuidados,
num quente lençol de girassóis.

Este rio é meu quintal! Minha fonte de inspiração... É tão imenso que o infinito nele pousa para de sua água beber. Sobre ele as gaivotas brincam de fazer travessias e o brilho celeste derrama luz em suas águas amareladas, cor de caldo de cana...

Ondas e estrelas
 Hoje amanheci com saudades de você,
quis segurar sua mão,
beber dos seus olhos,
me enrolar no seu coração,
caminhar com você os caminhos com
espinhos e pétalas de mar.
Não gosto de estar só
Aprecio ser só
A solidão me acolhe numa
tapera tecida de luas
Numa lagoa onde armamos a nossa barraca
Num navio esquecido
entre ondas e estrelas.
A solidão me lê em forma de caracol
Me faz adormecer
em topos de montanha
e jardins de corais.

Infinito bonito, gostoso de se olhar, de se apreciar, de se deslumbrar com a doce solidão de algum entardecer...
Um lindo dia pra você que visita Peles e Pétalas.
Namastê...

É bem assim
 Tudo cristalino...
Céu e terra se amam num só luar
Meus pés flutuam num doce vazio
e minha alma voa nas asas da gaivota.
Aonde está você que mergulhou
e nunca mais voltou?
Aonde deixastes os pincéis
com os quais pintastes o meu amor
nas lindas pedras?
As ondas vêm e me abraçam brandamente,
abraço molhado  de ternura e saudades.
 Abraço abençoado com a cor
do arco íris que vejo do outro lado.
Bem aventurada sejam as ondas
que encontram-se com o infinito bonito...

Que infinitas sejam s belezas simples da vida! Que em meio à multidão que corre, sem olhar as cercaduras bonitas do mundo, tenha sempre pessoas caminhando entre as flores e as estrelas...
Bom dia, amigos de perto e de longe!
Saúde e plenitude para você!

Utopias e liberdades
A terra brotou em minhas mãos
No coração nasceu uma bromélia,
uma rosa menina vermelha
e uma branca Amaralis
Meus pés fincaram ali,
onde nasceu um lírio amarelo.
A terra consagra
o sagrado da caminhada,
consagrada  estrada manchada
de sangue e de sonhos.
Cálices(se) e rosas falam de ousadia,
cantam a rebeldia de um povo
que necessita das utopias
para não esquecer
o cheiro gostoso da liberdade.

Doce liberdade de andar na praia, descalça. De escutar a água conversar com as pedras. De ficar aos pés do São José de Macapá, numa tarde de lindo horizonte...
Com o carinho de sempre!

Doce liberdade
Olho para o céu e vejo uma flor caindo,
fazendo caminho entre duas nuvens
e um horizonte azul
Com delicadeza veio pousar
no jardim de minha alma.
Por que será que esta flor
quis o meu jardim?
Ah, linda flor...
Ensina-me sobre o amor,
porque ainda sou aprendiz.
Olho para a terra
e vejo um broto se abrindo,
surgindo entre o capim e os cristais
E nesses vendavais
o meu sentir é um florir
cantado pelo bem te vi, ao fundo do quintal.
Tudo é novo,
vejo de novo o que não quis acreditar
Numa parte do varal vejo um triste poema,
na outra, o beija flor, faz
da carta que escreveste pra mim,
um lindo poema de amor
e o nascer de uma doce liberdade.

Eu olho o rio Amazonas, o rio Amazonas olha pra mim. Eu faço um brinde a este rio, este rio bebe a minha alma, infinitamente. Eu o contemplo e ele se imensifica no meu olhar... É uma velha historia de amor...

A solidão das sementes
A natureza que mora em mim
precisa de solidão
A solidão é uma fonte de inspiração,
um balaio de onde tiro as palavras
e sopro-as ao vento...
As palavras são paridas nas madrugadas,
em meio as noites estreladas
e o lindo luar.
Nos instantes em que falta o sono
é que os sonhos se abrem como madrigais.
Vem, senta ao meu lado,
embaixo dessa arvore
e colhe a magia  do amanhecer,
enquanto eu bordo outras sementes...

A natureza que mora em mim precisa de solidão. A solidão é uma fonte de inspiração, um balaio de onde tiro as palavras e sopro-as ao vento...
Feliz semana pra você que senta ao meu lado, embaixo dessa arvore e colhe a solidão do entardecer...

Um novo dia
Uma ponte nasce dentro de mim
Me leva por entre
pinheiros e sonhos.
Entre uma curva e outra,
avisto o horizonte,
colorido, bonito, inebriante...
O horizonte ainda está longe,
por isso meu olhar,
faz do caminhar
um tempo de esperança.
A ponte longa, construída em mutirão,
cansa e rega as minhas utopias
A cálida solidão flui em meio a multidão
e embeleza a aurora de um novo dia.