Como diz o Fernando Sabino:
Façamos da interrupção, um caminho novo...
Da queda, um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro!
O tempo num tempo
Para os dias cinzentos risco na calçada um arco iris
Para os dias de muito calor sonho oásis refrescantes
Para os dias de primavera fico à espera de uma folha cair
Mas quando chove vejo a vida nascer
em todos os recôncavos.
Portanto...
Trago sempre nos olhos um arco iris
No tempo de alegria busco a solidão
Quando tudo parece florido reorganizo o jardim
à espera da outra primavera
e das outras estações.
Mas quando chove faço barquinhos de água
e neles acomodo os meus sonhos.
(Re)sonhando
Não se faz nascer sonhos
quando o chão é a razão
Sonhos se criam nas veias do coração,
sob as bênçãos da emoção e na plenitude da fé vivida
num tempo de compaixão.
Sonhos têm asas,
voam como as gaivotas em meio aos ventos do norte.
Sonhos mexem com a vastidão do universo,
suavizam a intensidade do tempo,
abrem sorrisos, rasgam e cicatrizam feridas,
franzidas na doce dura caminhada.
Sonhos bordam e costuram
a história, enchem de ternura o pensamento,
fazem dos momentos cândidas e ásperas esperas...
Encontro
Venha até mim...
Mas venha silenciosamente
Traga no coração um amor bonito,
na alma, um buquê de flores amarelas.
Venha até mim...
Traga nos passos um sonho,
um caminho permeado de esperança
e um destino traçado com os fios da ternura.
Estou indo até você...
Levo meus cabelos tingidos de fé,
minhas mãos manchadas por um doce tempo
e meus olhos, ah, esses olhos têm o brilho
dos jardins floridos.
Ao longe, uma flor
É bem assim...
um cantar pra cá, um canto
pra lá...
uma touceira de flores amarelas encantam
as janelas das almas que
sabem olhar.
Um ventinho rasteiro
acorda o sono das pedras que
rolam entre
quintais, borboletas
e sabiás que já não sabem onde
fazer seus ninhos.
"Aves" de
rapina
desfilam seus arrotos de arrogância,
mas a magia da vida risca de
esperança
as pedras caladas que já não enxergam
as estradas, mas ainda tem sonhos sonhar
e vontade de avistar o pau d’arco que
que floresce ao longe.
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