Tem dias que é mesmo assim... O sorriso sai das alma e vem para minhas mãos. E aí eu me deslumbro com a beleza da Vida;
Olhos da alma
Retratei os seus olhos na minha poesia
como recôncavos de delicadeza...
Mas, quão difícil é
retratar um olhar
Impossível guarda-lo em baú dourado
ou no porão da gaiola do tempo
Eu guardo o seu olhar numa moldura
que penduro na parede de minha alma.
Amo os seus olhos perdidos de lua
Fitando nalguma direção
ou no vazio da solidão de não ser só.
Teu olhar atravessa a margem do rio,
pousa no vazio que enche, preenche,
transborda
e acorda infinitas fantasias ou quem
sabe o vazio
de uma tarde sem sol.
Entre as roseiras
Entre a roseira vermelha
e a rosa amarela pousa uma borboleta
festeira,
feiticeira, faceira como as mãos
delicadas de uma criança.
Ao seu lado o beija flor beija, adivinha
o que?
A flor da roseira vermelha
Singelas vidas, tão pequenas,
tão queridas que enchem os olhos meus de
ternura.
Entre as roseiras e além das borboletas
Num planeta que se equilibra numa gota
de orvalho,
eu
abro caminhos entre as chuvas
só para tocar a lua que hoje está
bela...
Encantante
primavera
Amo
ver...
o
setembro surgindo entre os escombros,
ao
revirar os lixões sempre surge uma flor lilás.
Setembro
traz as borboletas,
elas
pousam no meio das estradas
e
ao ouvirem o ronco de um automóvel,
voam
em belas revoadas.
Amo
ver o setembrar colorir a vida,
rebrotar
perfume onde o cheiro
das
folhas secas cobriram
as
pétalas tombadas pelo vento.
Setembro
é tempo de perdão
e
de abrir o coração para
a
flor que desabrocha.
Templo de Deus
Há tempos de forte ventanias,
de
tempestades aterrorizadoras,
de tristezas que parecem infinitas,
de preocupações
que parecem tirar o meu fôlego.
Sempre
que isso acontece fecho os olhos,
respiro profundamente até sentir que
o meu
respirar fica leve e suave.
Aproximo-me de Deus...
A espiritualidade mãe me
toma no colo,
faz cafuné nos meus turbulentos pensamentos,
acarinha o meu
sentir.
Quando abro os olhos vejo que o vento
já se encarregou de transformar
o
meu sofrer em bolinhas de sabão.
Dança dos jardins
A primavera chega
cobrindo de pétalas este jardim
e adorna a alma de amor da jardineira.
Toca o seio profundo dos Ipês que
abandonados à sua solidão,
se penduram risonhos na varanda
do horizonte onde habita um orquidário.
E assim, a poesia gera
os primeiros passos
de uma dança circular cósmica.
A dança da VIDA!
A dança da felicidade.
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