Uma canção para Neruda
Uma canção para Neruda
Conheci
tuas manias, possíveis melancolias
e
sonhos de paz
Adentrei em tua casa repleta de pedacinhos
teus
Em cada
recanto escutei tua voz declamando
os
vintes poemas de amor e uma canção desesperada.
Esculpido
nas paredes está o mundo,
os
afetos, a procura de simples e belas artes
que
curassem a estupidez humana.
Na
cozinha senti o sabor de tua culinária,
no
quarto, os gemidos de teu corpo consumido,
de
tua alma abandonada sobre lençóis de silêncios.
Segui
teus passos até um altar
Numa
casa de pedras, de flores e mistérios,
descansas
sobre o murmúrio do mar.
Descobri
que nas tardes bonitas te pões a andar,
abres
o baú, guarda as estrelas que pescastes nas noite de luar
e
caminhas catando conchas, ternura e versos.
Eu
adentro nos teus versos recolho a pedra que deixaste pra mim
e no
teu jardim deixo uma lágrima cair
com
o sabor de minha emoção.
Os segredos do tempo
Os
segredos do tempo
Os
segredos guardados no tempo
são
feridas que se entranham na alma,
não
tem calma e nem sossego,
por
serem segredos podem ser enterrados
ao pé de uma serra.
ao pé de uma serra.
Segredos
podem ser escondidos em baús antigos
de velha madeira,
de velha madeira,
com
desenhos de argila e tampa de estrelas.
Agora
mesmo a lua tão arteira que do alto olha,
leu
o meu segredo que escrevo com letras de cristais.
Ah,
lua menina,
não
sabes que segredos possuem chaves?
Olha
os olhos teus, que segredos
eles guardam aqui, acima de minha janela?
Faço
com a tarde um colar,
cada
conta saberá guardar uma letra,
mas
só a lua sabe de toda a história,
de um segredo pintado
de corais.
Frio
e flores
Que
frio é esse que entra na carne,
se
acomoda na alma,
faz os corpos desejarem um abraço,
faz os corpos desejarem um abraço,
outro
corpo quente para se agasalhar.
Que
frio é esse que como um beijo dilacerador
machuca os lábios,
machuca os lábios,
remexe
pecados e acende o amor.
Que
frio é esse que faz a voz tremer,
a
pele doer,
o
pensamento adormecer em meio a cobertores
e camas desarrumadas.
e camas desarrumadas.
Ah frio gostoso! Esquentas as águas azuis do
mar,
faz
florescer os relógios de flores,
os
poemas e amores
que vi no sepulcro de pedras.
que vi no sepulcro de pedras.
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