Velha cadeira
Você se lembra daquela velha cadeira
que eu costumava sentar para esperar a noite chegar
e você apontar entre as estrelas?
A cadeira sumiu, fugiu entre os cachos da cerejeira
que só sabem se abrir em flor.
Ficou a estrada toda encurvada 
entre o tempo e a espera,
entre a fantasia e a quimera
que colhe das pedras, pétalas e cristais.
Eu quero a velha cadeira,
a ladeira ladrilhada de sonhos e de paz
Quero a alegria do dia
      que já se esconde no doce cantar dos pardais... 
Sonhada liberdade
Passa o tempo, passa o vento, passa o pranto,
passa o canto, passa o próprio passo
Só não passa o amor que move a vida da gente.
 Gente alegre, triste, falante, encantante...
Gente que passa,
gente que anda, gente que se amarra
no fundo das amarras que amarram o mundo.
Gente que se quebra pelo caminho,
que muda o seu destino
e faz ecoar o grito silencioso da sonhada liberdade.

O ACORDAR DA BELEZA
O dia acordou manhoso,
a minha estrela perambulou no imaginário celeste,
cansou, desapegou-se e virou estrela cadente.
A folha de tão verde amarelou,
secou, o vento soprou
e ela voou no tempo como se revoada 
de borboletas fosse
Meu jardim refloresceu bonitamente,
pétalas se espalham na terra de pedras,
a paixão rola pelo chão
e vira perolas, versos e lírios entardecidos.