Para você que visita este blog, que lê meus poemas...
A você desejo um lindo entardecer e uma semana com saúde, com muitas bênçãos e alegrias.
Tenho um imenso prazer em compartilhar com você este tempo que, apesar de tudo é cheio de belezas e esperanças. Este espaço, tão grande e tão curto, que afasta mas também aproxima as pessoas.
Um carinhoso abraço e gratidão, sempre...

Além de mim
Minha historia atravessa o tempo,
rompe o espaço, transgride os limites,
cala a fala dos gritos e sangra a boniteza do silencio.
Minha historia tem um diferente sabor,
tem cordas de amor com as quais 
eu enlaço o ontem,
o hoje e os amanhãs que nascerão
num sopro de liberdade.
Amo o passado como se fosse o baú 
encantado de minha avó,
como se fosse as talas que minha mãe pegava
para tecer balaios de sonhos.
Amo o amanhã porque nele a lua vai brilhar,
o barco vai navegar
e a criança vai aprimorar os seus trôpegos passos.
Ontem, hoje e o que virá são grãos de areias 
que giram nos
vitrais, antes, agora e depois de mim.
Caricia do vento
O vento faz uma folha pousar no meu peito
Uma folha vermelha que parece 
um pedaço de arco Iris,
uma chama ardente, uma pincelada de crepúsculo
Doce emoção molha meus seios,
pulsa forte no meu coração afagante.
 Que recado me trás o tempo, o forte vento
e a frágil folha que aceita voar 
tão perto de um sonho?
Que demente eu sou, não senti a poesia vindo a mim
no ato do cair de uma linda folha!
Vento, tempo, folha, o que dizes pra mim?
Ah! Enfim, começo a sentir que vieste a mim na caricia do vento. 
Marcas de amor
Vejo o amor no dia que amanhece,
no ipê que floresce, nas nuvens que descem
para surpreender o brincar das crianças.
Vejo o amor passarinhando no entardecer,
enamorando o conviver, 
abraçando sonhos e corpos.
Vejo o amor soprando as cinzas apagadas,
os tições queimados e o fogão sem lenha,
sem labaredas, com as chamas apagadas.
Vejo o amor no vento, no rastro da lua, no telhado de
estrelas, na fé que move o silencio da tarde...



Por traz dos seus olhos
Por traz dos seus olhos vejo imensas belezas, belezas que me emocionam, belezas que falam com carinho à minha alma, belezas que iluminam o mundo e acendem o desejo de sonhar, mesmo que sonhar esteja fora de moda, seja um quase nada em meio à nostalgia dos tempos modernos.
Por traz dos seus sonhos sinto ferver outras bem aventuranças, vejo surgir um mundo de bonanças e uma imensa esperança que faz o meu coração pulsar.  Além dos seus olhos voam gaivotas, uma andorinha se perde do bando e na sua solidão alcança as estrelas, se encanta, se embeleza, renova suas penas e volta a ser feliz.
Por traz dos seus olhos que ontem estavam tão pretos que pareciam verdes, eu vejo a lua mudando de cor, brincando na órbita sideral, derramando paixão nos corações enamorados. Muito além dos seus olhos, os horizontes cantam, afagam a dor que dilacera corpos, equilibram os espíritos aflitos, suavizam a caminhada de quem ainda não aprendeu a abrir os seus próprios caminhos.
Por traz dos seus olhos há oásis repousantes, há fontes cristalinas onde se banham todos os desertos. Há mesas com pão de amor onde o desamor sacia os seus desafetos. Há esperança embalando a juventude, chamando-a para a tessitura de seus sonhos. Há um coletivo cuidando de todas as vidas que partilham o mesmo ninho, a Terra.
Os olhos falam, revelam, escondem, denunciam sofrimentos, anunciam o amor, às vezes guardado na alma... Os olhos cativam e amedrontam. Fazem sonhar e fazem murchar a possibilidade dos encontros.
Eu amo os seus olhos! Eles têm a cor da saudade... Eu viajo no seu olhar que sempre busca outros horizontes...
Meus amores...



O dia continua soprando aos meus ouvidos a sua ternura! Ao longe vejo um ipê amarelo, embaixo de sua sombra, Rubem Alves escreve o silêncio da eternidade, escreve o olhar de quem olha a transcendência. O vento forte da manhã de um quase setembro balança os galhos tombados e uma pétala amarela segue o vento e a flor da saudade cobre os cabelos do pássaro encantado...  
Um lindo dia para você que eu amo...

Olhos de libélula
Por entre as folhas avisto o horizonte
o navio rasga o rio, quebra as ribanceiras,
afugenta para as margens, peixes e utopias
Uma velha ponte fere o solo composto por areia,
lama, cristais e sonhos.
Do fundo do lodo vultos e miragens nascem,
enquanto convés vazios, 
carregam respingos de brisa
 e vestes brancas de sangue.
Pelos olhos da paisagem
vejo passar gigantes solitários que vêm de longe
                 e as singelas gaivotas sobrevoam a tarde.
O universo e suas gentilezas
O universo faz festa, canta, dança,
 se enamora, ama, ama e ama...
O vento acorda o silencio
e saem escrevendo em cada porta a palavra amor.
 Deixam ramalhetes nas janelas
e sementes de girassóis nas varandas da alma
Cobrem o espaço com cortinas de ternura
e tecem com carinho as linhas da historia.
O universo conspira para a paz,
respira gentilezas e escreve entre terras
e estrelas versos e saudades...

Baú de marfim
A folha dobrou, perdi o fio da história
O lápis quebrou-se, a borracha não apagou
e a tinta manchou de marrou a cor azul 
dos meus sonhos
Os versos marcados com fitas e lagrimas
escorreram pelas linhas não lidas de minhas mãos
deslizaram pelo corrimão e tatuaram-se 
na janela do tempo.
O livro abriu-se e vidas saíram das palavras deitadas
Criaram pés, andaram, a cada passo 
dissipava-se o cansaço
e uma nova aurora surgia na esquina dos caminhos
que se abriam como passe de mágica.
A história, ainda, sem fim,
guardo entre os meus marfins e suas pedras preciosas.