Dedico este poema, carinhosamente, para o Amor cafona, que ainda vou descobrir quem é rsrsr

O que eu tenho a te oferecer
Eu tenho pingos de chuva nos meus cabelos
e infindáveis madrugadas no meu olhar
Tenho ternura no meu falar,
delicadeza no andar,
e todos os pecados seguindo os meus passos.
Tenho um ventre que cata o pólen das ruas,
um bandolim que canta pra luas,
e os meus lençóis vazios
dos sonhos que eu sonho contigo.
Tenho um canteiro com flores orvalhadas
Um tapiri feito de palha onde habita
uma coleção de estrelas.
Tenho um baú desenhado com argila
onde eu guardo o espanto, o encanto e o
cantar de uma nova vida.
Tenho você e você tem a mim,
um balanço, uma gangorra
e um jardim para passearmos de mãos dadas
nas noites de lua cheia.
As vezes eu sinto saudades do futuro, saudades de algo que ainda vai acontecer. Saudades do meu Eu que ainda não conheci, do tempo que ainda não vivi. Saudades do que ainda há de vir, mesmo que eu não saiba o que é. Saudades... Saudades... Saudades...!

Misteriosa saudade
Chegou a saudade...
Sentei pra descansar os passos do muito que andei
Chorei pra lavar a alma das dores que acumulei
Sorri para renovar a fé da descrença que me seguia
Passos, alma e fé guardei no tempo
e te ofereci, quando olhaste pra mim
naquela tarde de beija flores, música e silêncios.
Vestida de saudade,
vejo o seio fecundo da terra desabrochando,
os meus olhos se encantando
com as folhas secas deitadas no chão parindo rosas
e com o vento parteiro e delicado
que corta com amor o umbigo do sagrado
e faz minhas mãos se ensangüentarem de Vida.
A tempestade sopra e amacia o leito do tempo
Uma nuvem de pétalas vermelhas e brancas
cobre este planeta que cheira à Açucena.
As buzinas silenciam
Os automóveis brecam
Os pedestres dão-se as mãos
A sombra aquece
A poesia pinta de magia o muro encantado
e a brisa espalha
nos caminhos, amarelas pétalas,
doces saudades...
É um encontro entre Amapá, Santa Catarina, Rondônia e Rio Grande do Sul.

Veias e vales
A magia das noites de lua
ronda o vale encantado das Vidas
Estrelas brincam com o mar,
solitárias gaivotas pousam em galhos secos
e sonham com a revoada que está para chegar.
Namorados abraçados,
não sabem como eternizar o tempo,
os sentimentos e o luar
que já começa a se encantar
com o brilho das estrelas.
Eu, da varanda do meu portal
colho azaléias, abraço as primaveras
e bebo gota por gota o orvalho da esperança.
Mas já não sei escrever palavras,
pinto em versos criança o seio da Vida,
para que cicatrize as feridas
e abram as veias dos sonhos.
A magia das noites de luas
geram a minha redenção!

Estas fotos foram tiradas durante a quarta ciranda, que aconteceu em Luziânia-Go. Tinha um grupo fazendo oficina de fotografias e estavam fazendo uma atividade sobre moda. Nós emprestamos a esse grupo a nossa elegância e beleza rsrs
Entre as palavras e as fotografias; entre a poesia, as flores e o arco íris, também tem amigos e amigas que eu muito amo. Esta é Carmelita, ela mora no estado de Tocantis e é educadora popular da/na Recid-rede de educação cidadã.